segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Dia da «segurança» no Monte Estoril...

Hoje foi um dia muito seguro em minha casa! Há polícia por tudo quanto é sítio... É o que faz morar perto das traseiras do Hotel Cascais Miragem. A segurança da Cimeira Ibero-Americana tratou de tudo. Até de arranjar a maior das confusões nas ruas do Monte Estoril, com os carros que vinham dos lados de Lisboa a tentar descobrir o caminho para Cascais sem esbarrar na polícia... Mas, pronto, é por «uma boa causa»...
Ah, já agora, o Hotel Cascais Miragem é na freguesia de Cascais e não na do Estoril. Os da televisão insistem que é no Estoril, mas na verdade já é em Cascais, apesar de ficar junto à «fronteira» entre freguesias... Mas quem não sabe, é como quem não vê.
Uma das imagens engraçadas do evento foi o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Fernando Seara, a falar «espanhol» quando recebeu a Dra. Maria Cavaco e as senhoras dos representantes dos países ibero-americanos no Cabo da Roca. É dos tais que pensa que basta falar assim à «palhacito» e pronto...

domingo, 29 de novembro de 2009

Os banhistas de Outono...

Indiferentes à confusão das «seguranças» que se passava mesmo em frente no Hotel Cascais Miragem, a propósito da Cimeira Ibero-Americana, as gaivotas eram hoje os únicos «banhistas» na praia da «Rata». Ah, mais dois surfistas e dois bodybordistas...
Mas o tempo até não estava nada mau, não senhor!

sábado, 28 de novembro de 2009

Velocidades, automóveis e acidentes...

A propósito do brutal acidente que vitimou Mário Mendes e os companheiros de viagem, vem «à baila» o comportamento das entidades oficiais, aqui e noutros países, que se deslocam, normalmente a grande velocidade, dentro e fora das cidades. Ai e tal, é para não chegarem tarde, são pessoas muito atarefadas e não podem passar muito tempo em viagem! Pois é, o pior é quando acontece o que aconteceu. Não sendo muito vulgar, pode originar acidentes muito graves. Sejamos justos: acho que toda a gente, umas mais do que outras, já ultrapassou os limites de velocidade. Às vezes até, sem querer ou inadvertidamente. Mas a questão também se prende com o tipo de formação que é ministrada aos agentes das forças de segurança e outros motoristas do Estado que trabalham para as entidades oficiais. A atitude com que saem dos cursos não é a mais correcta. Pensam que são «os maiores» e que tudo lhes é permitido. Obviamente, as pessoas que são conduzidas também têm culpa, pois, ao verem o motorista a abusar, podem muito bem mandá-las refrear o entusiasmo. Dizem que uma das pessoas que não aceitava abusos na comitiva era Jorge Sampaio. Na auto-estrada, a viatura oficial tinha de circular a 120 Km/hora. Só se o apanhássem a dormir...

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Memórias da tropa (19): o levantamento de rancho...

Durante as seis semanas que durava o curso de minas e armadilhas, em Tancos, os aspirantes das diferentes Armas e serviços (infantaria, artilharia, cavalaria e polícia militar) «contemplados» com o «prémio» de um curso adicional, tomavam as refeições na chamada messe dos cadetes da escola prática de engenharia. Afinal, eram alunos como os outros e, de acordo com o comando da unidade, sendo quase oficiais de pleno direito, só não partilhavam a messe dos oficiais de engenharia e famílias porque o espaço «era curto». Em cursos anteriores, ainda lá podiam ir tomar café, mas um dia a benesse terá acabado, alegadamente porque os jovens aspirantes «não engenheiros» olhavam demasiado e com muita insistência para as senhoras dos oficiais de engenharia. Assim, lá partilhavam a refeição com os cadetes de engenharia, o que, diga-se de passagem, não fazia com que «os parentes lhes caíssem na lama». Por curiosidade, naquela altura, o jornal mais disputado e lido entre os alunos daquela escola era o novíssimo Expresso, que tinha sido lançado havia meia dúzia de meses. Quem o viu e quem o vê...
Um dia, o almoço tinha favas e entrecosto. Quando começaram a comer, as caras encolheram-se em caretas, pois, havia algo que sabia mal. Breve troca de impressões e alguém gritou: «Ninguém come, isto está estragado!». A maior parte dos comensais posou imediatamente os talheres e apoiou a orientação. Logo todos os aspirantes e cadetes levantaram-se e ficaram junto à mesa, participando no chamado «levantamento de rancho». Obviamente, o Aspirante alinhou com os demais. Grande confusão! O responsável da messe e o oficial-de-dia bem tentaram demover os jovens. Que não, que não comiam, pois a comida estava estragada. Queriam outra coisa. O tempo foi passando e os «grevistas» continuavam de pé junto às mesas. De repente, entrou o comandante da escola com um ar furioso. Olhando para as mesas onde estavam os aspirantes do curso de minas e armadilhas, o coronel-engenheiro disse: «Garotões, não sabem manter a dignidade do posto!». Virando-se para os cadetes, acrescentou: «E de vocês, quem vos vai tratar da saúde sou eu!». Dito isto, saiu direito à cozinha, seguido dos responsáveis da messe. Os jovens mantiveram-se no lugar, sem ceder. Passado uns dez minutos, o oficial-de-dia veio à sala e ordenou que o pessoal esperasse no exterior. Ia ser preparada outra comida. Os aspirantes e os cadetes suspiraram de alívio. Afinal, a unidade demonstrada tinha dado frutos. E faltava menos de um ano para o 25 de Abril.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Que «anjinho» me saíu o senhor juíz «sindicalista»...

Desde a manhã que está tudo (leia-se: os jornais e similares...) muito entusiasmado com o comunicado dos «juízes sindicalistas»! Basicamente, atiram-se à sua hierárquia e ao procurador-geral... Querem que o presidente do Supremo e o PG publiquem os despachos onde mandaram arquivar as benditas das escutas ao primeiro-ministro! Claro, nada disto tem interesse político, pois, os senhores juízes são «apolíticos»... Está bem abelha... Agora, à noite, o juíz «sindicalista» António Martins, andou a «vender o peixe» nos telejornais, colocando o seu ar mais cândido... Independentes? Pois, pois... Quem quiser que os compre...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O homem da REN e os Passos do oportunista Coelho...

O homem da REN foi suspenso de funções. Não ponho a «mão no fogo» nem por ele, nem por outro qualquer. Quem tinha que decidir, decidiu e agora José Penedos tem que se defender da parte criminal, se puder. Com o «grande tribunal» montado pelos jornais para o «povo julgar», já não precisa de se ralar: está definitivamente condenado, mesmo que se venha a provar inocente. É esta a noção de «justiça» dos corruptos (ah, devem ser as senhoras da limpeza, claro, porque juízes, procuradores, escrivãos e polícias é tudo gente séria...)...) que bufam aos jornais o que está em segredo e dos cretinos que querem é vender papel impresso...
E lá vêm os oportunistas: O tal Passos Coelho, mais um bimbo que quer ser o «máior», como ninguém lhe liga, pois está tudo a «apostar» no Professor que «gosta-de-dizer-coisas», já veio a terreiro dar a sua opinião que ninguém pediu, acusando o Governo por o homem ter continuado em funções antes do juiz decidir o que quer que fosse. Coitado, acha que é assim que vai lá...

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Ai, «leitinha», estás cada vez mais parva...

Das «discursatas» de Aguiar Branco e de Ferreira Leite lá nas jornadas parlamentares do PSD, só é possível tirar duas conclusões:
1.º - Estão a ver se não levam com os pés...
2.º - Não querem saber do País, só lhes interessam os propósitos do partido...

Com «gentalha» desta, Portugal não vai longe...

Pensava que os cretinos estavam de férias, mas...

É impressionante o que as pessoas fazem na vida para darem «nas vistas»! Um cretino chamado Pinto de Albuquerque, «jurista» saído debaixo não se sabe de que pedra, passou o dia a debitar veneno nas jornadas parlamentares do PSD. Claro, foi muito noticiado pela TSF, pois a alarvice tinha um objectivo: «entalar» o primeiro-ministro... De noite, em vez de ir descansar, não, lá foi ele ao Prós e Contras debitar os seus excelsos conhecimentos de direito! Bem lhe tentaram fazer ver que a sua posição era política e não de direito, o que não era para ali chamado... Mas ele, malcriadamente, vai de insistir na «tecla»... Desconfio que vai ser «promovido» a maior jurista nacional pelo Sol, TVI e Correio da Manhã (da manha...), pelo menos!
Ah, e para fazer figuras ridículas, lá estava o juiz do «lacinho». Porra, se não podem falar, por que carga de água aceitam os convites para ir a programas de televisão? Para dizer que os juízes e os magistrados são todos uns grandes profissionais? Só se estas duas profissões forem as únicas isentas de parvalhões... Não me parece...
E ficámos a saber uma coisa interessante: aquilo das fugas ao segredo de justiça pode ser muito bem que seja feita pelas empregadas da limpeza... Vão brincar com outro!

domingo, 22 de novembro de 2009

Memórias da tropa (18): sei lá o que é isso...

O alferes da manutenção-auto do Batalhão, um engenheiro mecânico do Porto, ruivo, recém-formado, gostava de fazer umas «escapadinhas» até ao Colonato, como forma de se manter «saudável» por não ter que aturar o comandante durante três ou quatro dias. Por vezes, aproveitava a «boleia» do alferes-capelão que, de tempos a tempos, aparecia para tentar «salvar umas almas». De dia, o alferes-mecânico tratava dos assuntos de serviço e aproveitava para dormir a seu belo prazer. Ao serão, conversava-se e bebia-se, claro, «umas e outras»! Um dia, após o jantar, os oficiais decidiram jogar monopólio! Bom, isto não abonava lá muito a «sanidade mental» do pessoal, mas, não havendo mais nada para fazer... O jogo levava sempre a grandes discussões, pois, era tudo muito bem «regadinho». No meio da discussão diz o Alferes para o colega da «ferrugem»: «É pá, joga, gaita. Tás à espera de quê?». O outro, procurava com os olhos muito abertos as peças em forma de automóvel que estavam no tabuleiro: «Qual é o meu?». Diz o Alferes: «É o vermelho, porra!». Replica o alferes-mecânico: «Qual vermelho, qual c......, eu sei lá o que é isso, não veem que sou daltónico!».

sábado, 21 de novembro de 2009

Já está! Agora o juíz e o procurador estão satisfeitos...

Os senhores juíz e procurador do caso Face Oculta alcançaram os seus objectivos! Sendo certo que o procurador-geral não encontrou elementos nas «certidões» das escutas para incriminar o primeiro-ministro de atentado contra o Estado de Direito, também, é certo que, para a opinião pública, as suspeitas se mantém... E seria só isso que eles queriam. É muito melhor haver a suspeita permanente, do que levar a coisa por diante... Daqui a trinta anos ainda haverá pessoas a dizer que José Sócrates, numa dada ocasião, em conversa telefónica com Armando Vara, atentou contra o Estado de Direito...
Mas mais do que isso, é de pasmar a fragilidade da interpretação das leis, seja pelo procurador-geral, seja pelo presidente do Supremo, ou mesmo pelas dezenas de experts na matéria que, de um dia para o outro, sairam do anonimato e desataram a perceber de leis, todos mais uns dos que os outros...
Ah, é claro que os «agentes da justiça» que todos os dias quebram o segredo da dita e os «jornalistas» que, sob a capa de não revelar as fontes, proporcionam julgamentos públicos irreversíveis, continuam alegremente as «encomendas» nas barbas do procurador-geral...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Esta também tem a mania que é esperta...

No programa Nós por Cá, de Conceição Lino, foi apresentada uma peça sobre um incêndio na habitação de um casal, que terá tido origem numa sobrecarga eléctrica. O incêndio foi há sete meses e as pessoas continuam à espera que a companhia de seguros pague a indemnização. Aparentemente, os lesados pedem 100 000 euros e a seguradora só quer dar metade. Ora, a EDP assumiu a responsabilidade do incêndio e accionou a seguradora, pois é para isso que servem os seguros. Claro que, nem a EDP é uma «santinha», nem as companhias de seguros se fizeram para dar o que quer que seja a alguém. A terminar a peça, com o seu ar de «sabe-tudo», Conceição Lino referiu que a EDP tinha lucros fabulosos, como quem quer dizer que, apesar disso, não assumiu a responsabilidade. Mas, sobre a companhia de seguros que quer levar «à perna» os lesados, nem uma palavra. Qual era o seu objectivo? Não sei. Mas que não fez comentários sobre o comportamento da seguradora, lá isso não fez... Dois pesos e duas medidas?

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Os padeiros e o desemprego...

Há pessoas que mais valiam estar caladas para não dizerem parvoeiras...
Um tal senhor das padarias veio dizer que as ditas têm falta de pessoal e a culpa é do subsídio de desemprego e outros apoios sociais... Pois, isto continua a ser uma grande desculpa, principalmente para os patrões que querem pagar uma «tuta-e-meia». É verdade que as pessoas fogem de trabalhar de noite. Eu que já o fiz, sei como é difícil... Mas também é verdade que, se uma pessoa recebe 500 ou 600 euros de subsídio de desemprego, porque descontou o necessário para que o Estado lhe tenha atribuído esse valor, só com muita boa vontade é que vai aceitar um valor inferior para trabalhar de noite e aos fins-de-semana! Aliás, a peça, a propósito de uma empregada que foi entrevistada, referia que estavam a pagar ordenado mínimo mais alimentação. Pois é, patrões há muitos, empresários, nem por isso...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Agora é que é mesmo «só para o ano»...

Que falta faz uma praiazinha para retemperar as forças...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Memórias da tropa (16): os sapatos de pala...

O Alferes e um colega tinham ido tratar de assuntos à Cidade. De repente, o Alferes avistou uma patrulha da Polícia Militar e alertou o colega para colocar a boina na cabeça. Quando se aproximaram da patrulha, um cabo PM dirigiu-se ao Alferes, fez continência e disse: «Meu alferes, está fardado com sapatos de pala. Por favor, peço-lhe que aguarde um minuto pela chegada do meu oficial». Bonito serviço! De facto, o Alferes tinha calçado uns sapatos civis em vez dos sapatos «da ordem». Entretanto, junto ao resto da patrulha já estava «de espera» um furriel que também trazia uns sapatinhos fora do talhe militar. Fora, aliás, a sua recusa em aceitar a ordem de detenção dada por um menos graduado que levou à vinda do alferes PM ao local. O Alferes foi aproveitando os poucos minutos que restavam até à chegada do colega PM para ir dizendo «umas verdades» ao cabo, mas sem que este se «comovesse». Quando o outro chegou e saltou do jipe brandindo um pingalim feito de mola de aço, o subordinado fez-lhe o relatório sobre os «esperados». O alferes PM, do alto da sua estatura toda ela militarizada, virou-se para o Alferes e disse: «Está detido, suba para o jipe!» O Alferes, ainda, tentou ripostar: «Então, isto é assim, está detido e pronto?». Diz o outro com ar ameaçador: «Suba para o jipe senão é pior!». Na verdade, não há como um «bom argumento» para a obediência ser imediata. A caminho do quartel da companhia da PM (cujo emblema era uma cabeça de chefe índio...) outro furriel, de meias azuis, foi também «convidado» a viajar «de borla» no jipe. Resultado: uma espera infinita, uma transferência com guia de marcha para um quartel de infantaria, uma rabecada do comandante da tal infantaria e, finalmente, uma «fuga» proporcionada pelo oficial-de-dia, já de noite, escondido na viatura que ia buscar presos não se sabe onde...
Mas a aventura não acabou aqui. No outro dia, o Alferes (e os seus sapatinhos de pala...), regressou à unidade, a cerca de 50 quilómetros da Cidade, num transporte militar que parou a meio caminho, no Cacuaco, para a necessária «satisfação da goela». Ao sair do estabelecimento, o Alferes dá de caras com o seu comandante de batalhão: «Olá, está bom? Vai para o quartel? Eu dou-lhe boleia, é só ir à casa-de-banho num instante!» Bem tentou o Alferes safar-se daquela, pois se o tenente-coronel olhasse para baixo, estava o «caldo entornado». Mas, não teve sorte. Ou melhor, teve até muita sorte, pois, metido na parte de trás do Volkswagen ao lado do comandante, conseguiu encolher os pés de tal maneira, que o outro não deu por nada...

domingo, 15 de novembro de 2009

E vivam os «segredos» do procurador-geral...

Ouviram o comunicado que o procurador-geral enviou, ontem, às redacções dos telejornais e que foi divulgado já depois das 20 horas? Leram o que dizia, ontem, de manhã, o Correio da dita (manha...)? Basicamente, diziam a mesma coisa sobre as escutas a José Sócrates! Isto é, ou o procurador-geral, essa sumidade, «copiou» o que dizia o Correio da Manhã (da manha...) ou este, de madrugada, já sabia o que o procurador-geral, ao fim da tarde, ia dizer no comunicado! Escolham...

sábado, 14 de novembro de 2009

Agora é que ele disse tudo...

Na revista de imprensa da RTP1, a propósito dos títulos dos jornais de hoje relacionados com o processo da Face Oculta (a tal que é oculta, menos no que diz respeito ao segredo de justiça...), Joaquim Fidalgo chamou a atenção para o facto de as notícias reflectirem uma «guerra» entre patrões da comunicação social e entre estes e o Governo como, por exemplo, no Correio da Manhã (da manha...), com o seu título «assassino» contra José Sócrates. Então e a famosa «independência editorial» dos jornais? Uma treta, não é? Claro! Só existe enquanto o patrão não dá ordens directas... Agora, quando é preciso defender as posições empresariais do patrão, vale tudo, até a tentativa de «assassinato político». O pior, é que para a maioria das pessoas isto não é perceptível...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Memórias da tropa (15): «bateu a asa»...

O Cadete recebeu guia de marcha para estar em Lamego no dia 3 de Janeiro de 1973. Infelizmente, não tinha sido eliminado nas provas para as operações especiais, mais por falta de pessoal qualificado, do que por boa prestação do Cadete, que bem se esforçou para demonstrar que «não tinha vida para aquilo». Chegou ao local de recepção já noite cerrada e gelada. Depois de ter sido obrigado a apresentar-se «como deve de ser» pelo aspirante de serviço, saindo e entrando aí umas seis vezes a bater as botas e a gritar cada vez mais alto: «Vossa Senhoria, meu aspirante, dá-me licença que me apresente?», o Cadete lá foi enfiado numa camioneta que transportou o grupo para o quartel de Penude, onde o frio gélido da noite apertava, principalmente quem estava habituado às temperaturas amenas do Estoril. Distribuídas as camas nas camaratas que pareciam feitas sob gelo, o Cadete lá estendeu os lençóis e os cobertores e tentou adormecer, já a madrugada ia alta. Às 6 da manhã, mal o calor do corpo tinha aquecido os lençóis, o Cadete e os companheiros foram acordados violentamente por uma marcha militar debitada no máximo de décibeis que a aparelhagem permitia. Com uma agravante: um dos altifalantes estava preso à parede mesmo por cima da cabeça do Cadete, que tinha ficado com a parte superior do beliche. Levantar, vestir, formar foi o que seguiu. Lavar, nem tanto, pois a água gelada nos canos não permitiu mais do que umas ténues abulações por parte dos jovens. Já na formatura, os cadetes e os soldados-instruendos (do curso de sargentos), começaram a ouvir nos altifalantes uma ordem insistente: «Atenção, soldado-instruendo Passarinho, deve comparecer imediatamente no comando de instrução». Esta ordem repetiu-se durante dois longos dias. Os cadetes e os soldados-instruendos, percebendo o que se passava, comentavam entre eles: «O Passarinho «bateu a asa»... Assim tinha sido. Por sorte, no terceiro dia, também o Cadete e outros dezanove felizardos foram recambiados para Mafra, alegadamente porque, por engano, havia pessoal a mais ... Mas o Passarinho, tanto quanto se soube, nunca mais lhe puseram a vista em cima...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A «condessa da Pena» estava mesmo danada...

Fula, mesmo fula... Judite Sousa foi completamente «neutralizada» por Isabel Alçada. Bom, não digo que a ministra fez de propósito, mas lá que deu a volta às perguntas da «condessa da Pena», deu! Aliás, a ministra teve o «desplante» de quer falar de Educação! Onde já se viu? Judite Sousa queria lá saber de Educação... Queria, isso sim, saber se a carreira dos professores ia ter duas ou uma categoria, o que a ministra vai fazer perante novas formas de luta, se mantém ou rasga a avaliação, enfim, coisas que interessam à jornalista e aos «mexeriqueiros» da praça, mas que em nada contribuem para a Educação... E a outra, pimba, toca a falar de coisas educativas... Já não há ministras como dantes... E desta vez, não há desculpa, a culpa é mesmo de José Sócrates...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Já começa a fartar...

Hoje, dia de S. Martinho, dia de ir «(...) à adega provar o vinho», recuso-me a falar do «escárnio e mal-dizer» que grassa na nossa «praça»! Estou farto das «palhaçadas» (sem desprimor para os verdadeiros...) dos telejornais, jornais, tipos que gostam de dizer coisas, procuradores-gerais e presidentes do supremo que bem fariam se trabalhassem e estivessem calados, etc.
Assim, vou contar uma história. Ouvia-a em Angra do Heroísmo, em casa de amigos e, tal como muitas outras que me contaram sobre figuras típicas angrenses, é uma delícia. Vamos a ver se consigo ser fiel aos acontecimentos. É sobre um guarda-nocturno da Cidade de Angra, há muitos anos atrás. Um dia, um grupo de jovens deslocava-se a meio da noite por uma das ruas do centro de Angra, já bem bebidos e, naturalmente a fazerem barulho. O nosso protagonista aproximou-se do grupo e com a sua postura de autoridade, repreendeu-os: «Os senhores façam favor de circular calados, pois os senhores transeuntes estão descansando em suas casas!».

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Pois, aí é que está a questão...

Ontem, no programa da Fátima Campos Ferreira, a propósito de Portugal ser ou não um país atractivo para os investidores estrangeiros, Basílio Horta disse algo que é uma verdade e um problema que parece não ser sentido pela camada de «inteligentes» que se dedicam a quebrar o segredo de justiça: estes desvarios na publicação de informações que deveriam estar protegidas pelo segredo de investigação, em nada contribuem para atrair investimento estrangeiro, ou melhor, como é que os investidores estrangeiros vão acreditar num País onde tudo o que está a ser investigado pela polícia é «escarrapachado» nos jornais num abrir e fechar de olhos, com a maior das impunidades? Não se trata de proteger quem corrompeu ou foi corrompido, mas ou há justiça séria ou então Portugal não será mais do que uma república das bananas. E para «banana» já basta o procurador-geral, que parece que só veio cá «ver a bola»...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Os Muros...

Confesso que, em 1989, fiquei perplexo com o acontecimento. Não que já não houvesse indícios de que as coisas iam mudar. Gorbachev dirigia a URSS e deu um bom empurrão para que o insustentável fosse ultrapassado. Aparentemente o polaco Lech Walesa ficou hoje muito arreliado pela atribuição do «papel principal» a Gorbachev e foi dizendo que, o verdadeiro «obreiro» da queda do muro teria sido o cardeal polaco que foi chefe da igreja católica... Se calhar tem razão, pois nunca o homem tinha ido a papa se não se desse o caso de ser polaco. Aliás, esta «eleição» e muito do que está por detrás dos acontecimentos da segunda metade do século XX, ainda está por revelar. As coisas nunca foram tão lineares com «bons» de um lado e «maus» do outro, como nos querem fazer crer. É verdade que os «maus» perderam em toda a linha, mas muito se deve ao «investimento» colossal que os «bons» fizeram no ataque sistemático por todos os meios, cujo resultado foi o «fecho» daquelas sociedades na sua própria concha. São aspectos históricos que, um dia, serão certamente desvendados. Mas reconheço, obviamente a importância que aquele dia teve e tem na actual Europa, que considero, apesar de tudo, muito melhor do que há 20 anos atrás...
Toda a gente falou noutros muros a derrubar. Não vai ser fácil, pois todos eles resultam de uma realidade, infelizmente sem solução à vista: a separação entre quem tem tudo e quem não tem nada...

domingo, 8 de novembro de 2009

O tablóide...

Julgo que já referi numa ocasião que, por vezes, aos domingos, faço uma «sessão cultural» pelo Correio da Manhã (da manha!), esse exemplar de tablóide nacional que vende em média, segundo diz, mais de 100.000 jornais diários... Como não quer ficar atrás do Sol, o CM gosta de fazer parte do jornalismo que dedica uma parte da sua «inteligência» a tentar implicar o primeiro-ministro em tudo o que mexe... Só me admira como é que há pessoas da maior respeitabilidade como Moita Flores, Emídio Rangel ou Medeiros Ferreira, que ainda perdem tempo a escrever naquele tablóide que vive, essencialmente de grandes títulos, muitas das vezes sem que a notícia correspondente tenha qualquer valor, de crimes a fazer inveja ao Crime ele próprio, de mexericos e «gajas boas» a rivalizar com as «melhores» revistas da especialidade. Bom, e tem também uns «grandes repórteres» como António Ribeiro Ferreira, inqualificável de «primeira apanha», que vem hoje com um editorial de se lhe «tirar o chapéu», onde diz que a única pessoa que «se safa» no nosso País, é o Professor Cavaco! Que fique com ele, todinho...

sábado, 7 de novembro de 2009

O «Kiko» é que sabe...

Com um sábado destes, o que apetece é mesmo fazer como o meu gato: dormir...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Estava a ver que não...

Como era de esperar, lá está o «bailinho armado» para tentar implicar o primeiro-ministro no caso da Face Oculta. Pois é, em Portugal as surpresas já não são o que eram... Como um destes dias se dizia num blogue, o terrorismo político travestido de jornalismo não desarma... E o jeitão que isto dá à Direita? Assim, as pessoas podem esquecer o BPN, o BPP, os submarinos, os sobreiros, etc. Então agora, desviando as atenções para as «conversas entre Vara e Sócrates», é um espectáculo... Vendem-se jornais em grande, «borrifa-se» no segredo de justiça (de quê?), o procurador-geral continua a fazer papel de parvo, enfim, um regabofe...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ainda os executivos camarários...

Li num jornal da zona que a Câmara de Cascais fez a apresentação pública dos novos (?) vereadores e respectiva distribuição de pelouros. Cá na terra continua tudo na mesma, isto é, a coligação liderada por António Capucho ficou com sete lugares, o PS com três e a CDU com um. Na distribuição de pelouros, para além dos membros da coligação, recebeu, também, um pelouro (da protecção civil) o vereador eleito pela CDU. Quanto aos três eleitos do PS, ficaram sem pelouros. Diz António Capucho que eles recusaram à partida e eu acredito. Entretanto, o lider concelhio do PS, Alípio Magalhães, um dos eleitos (por acaso, meu colega de turma na Escola Comercial Ferreira Borges, já lá vão mais de 40 anos...), veio dizer que nem sequer foram convidados para a apresentação. Bom, cá está o que eu queria dizer num anterior post sobre o assunto: não há qualquer razão para que se elejam pessoas que não vão ter qualquer papel nos executivos camarários. Só deveria haver uma lista - a da assembleia municipal - ficando o cabeça-de-lista ganhador com a responsabilidade de formar o executivo, tal como acontece com as juntas de freguesia. Poupavam-se milhares de boletins de voto e não se assistiria a este triste espectáculo de vereadores que não servem para nada... Quando é que haverá coragem para alterar isto?

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Outro que quer mandar «mais que o chefe»...

Já anteriormente referi alguns dos «modernos sindicalistas», como os da PSP, dos magistrados ou dos juízes que, mais do que tratarem dos assuntos dos seus colegas de profissão, passam a vida a dar palpites sobre a forma como as suas organizações funcionam... Bom, na verdade, os simpáticos «fazedores de notícias» estão sempre a colocar-lhes o microfone debaixo do queixo e eles, coitados, não são de ferro... Um desses «sindicalistas» é o da polícia judiciária, um tal Carlos Anjos. Qual Nuno Rogeiro, também Carlos Anjos fala de tudo, sabe tudo... Agora sobre o Face Oculta vem dizer, mais ou menos, que o ponto a que chegou a investigação é suficiente para formular as acusações. Pois é, então lá na PJ os documentos produzidos por uma investigação são do conhecimento de todos ou estão à disposição de qualquer inspector, esteja ou não naquela missão? Não me parece, apesar de tudo passar cá para fora! Se não estão à disposição de qualquer funcionário, então o «sindicalista» Carlos Anjos - que gosta de dizer coisas - fará juízos que não são da sua competência baseado no que vem nos jornais. Ou então, não! Se os jornalistas tiveram acesso a folhas dos documentos, se calhar o «sindicalista» também. Mas se teve, o melhor não seria disfarçar e dizer que não conhece a investigação? Pode acontecer, também, que seja um dos inspectores do Face Oculta. Neste caso, ainda, será mais grave, pois vem dizer coisas que estão em segredo! Que rica imagem dá este senhor da polícia e do sindicalismo...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Memórias da tropa (14): a dispensa...

Finalmente, pareciam ter acabado as praxes. É certo que nem tanto por vontade dos «praxadores», mas mais por oposição dos «praxados», que já estavam fartos daqueles dois dias, nos quais «passaram», outra vez, de oficiais milicianos a soldados-cadetes! Naquele fim de tarde, o Aspirante resolveu sair do quartel e visitar a bonita Cidade de Évora. Ainda pouco habituado à nova posição hierárquica, não sabia muito bem quais eram os procedimentos, pois isto da tropa tinha/tem as suas «porras»... Decidiu, então, ir perguntar ao Cabo-da-Guarda: «Boa tarde, «nosso» cabo, por favor pode dizer-me o que tenho de fazer para me ausentar do quartel?». Cumprimentando respeitosamente o Aspirante, o primeiro-cabo respondeu: «O «meu» aspirante terá de preencher uma dispensa de «toque de ordem» e entregá-la ao «nosso» Sargento-da Guarda. Se quiser, tenho aqui o papelito, são vinte e cinco tostões.» O Aspirante agradeceu a amabilidade, pagou o impresso (pouco mais de um cêntimo), preencheu o dito cujo e, satisfeito, dirigiu-se ao gabinete do Sargento-da-Guarda: «Boa tarde, «nosso» primeiro, venho entregar este pedido de dispensa de «toque de ordem», pois preciso de sair». Levantando-se da cadeira e saudando o oficial, o primeiro-sargento disse com um ar sorridente: «O «meu» Aspirante desculpe, mas estiveram a brincar com o Senhor!»... «A brincar comigo, como?» Retorquiu o Aspirante muito incomodado. «Sabe, «meu» Aspirante, é que os senhores oficiais podem entrar e sair do quartel livremente, a qualquer hora do dia ou da noite sem terem de dar qualquer explicação ao Sargento-da-Guarda!» O Aspirante, muito corado, agradeceu, amachucou o papel e, apressadamente saiu pela porta-de-armas direito ao centro da Cidade... Afinal, tinha que se «pôr a pau». Pelos vistos, a tendência para as praxes ia continuar sobre os novatos. E, agora, ainda por cima, os candidatos a «praxadores» não eram os superiores, mas sim os subordinados...

domingo, 1 de novembro de 2009

Não me convidem, senão eu aceito...

O Professor Marcelo continua a dizer que não, que não, tipo, «...não me convidem senão eu aceito...». Não tendo nada a ver com o assunto, acho que, nesta altura, seria uma boa opção para a estabilidade do País. Curiosa é a posição do «grilo falante» (Paulo Rangel), que não apoia Passos Coelho, obviamente, porque lhe pode fazer frente. Ele gostava, mesmo, era que o Professor avançasse para que, mais tarde, após o período em Bruxelas, houvesse espaço para ele próprio se candidatar... Organizem-se...