domingo, 31 de janeiro de 2010

VIVA A REPÚBLICA!

Começaram as Comemorações dos 100 anos da Implantação da República. Foi no dia 31 de Janeiro de 1891 que a sorte dos «talassas» começou a ser escrita... Eles, coitados, andam muito aborrecidos com a coisa... querem um referendo... pois, pois! Lá o «chefe», Nuno Pio Bragança, de seu nome, já veio dizer que não-sei-quê, despesismo e tal... Tem alguma coisa com isso? Alguém lhe pergunta como é que ele sustenta a família «talassal»? Como já uma vez aqui escrevi: quer ser Chefe do Estado? Candidate-se nas próximas eleições presidenciais. Se o pessoal gostar, há-de ser eleito... VIVA A REPÚBLICA! Abaixo o «talassismo bacoco»!

sábado, 30 de janeiro de 2010

Mas que «saloíce»...

Então o pessoal que vem hoje do Haiti não desatou a cantar o Hino Nacional e a arvorar a nossa Bandeira em plena Port-au-Prince? A propósito de quê? Não se percebem bem estes comportamentos meio «saloios», meio «colonialistas»... Parecem «putos» deslumbrados... Bom, mas pior, pior, só mesmo quando, há dois ou três anos, para ajudar a combater os incêndios florestais, uma coluna de bombeiros entrou em plena Galiza (Galicia, Espanha...) com bandeiras portuguesas desfraldadas nos veículos... Ridículo...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Carrosséis e companhia...

Ontem, na segunda circular, ia ficando «apanhado» no meio da manifestação dos carrosséis, ou melhor, dos donos dos ditos... Valeu a PSP que começou a mandar encostar os automóveis ao separador central até ultrapassarem a «cabeça» dos camiões TIR e atrelados, que já ia depois da zona do Fonte Nova... Não sei se eles têm ou não razão quanto às novas leis de segurança e licenciamento daqueles divertimentos (confesso que, para mim, pouco têm de divertido, pois nunca fui fã de «feiras, carrosséis e afins»... ). Por vezes, o «legislador» (pessoa que nunca se sabe bem quem é...) passa do oito para o oitenta... Mas que é preciso normalizar o sector, lá isso é...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Memórias da tropa (27): A recepção...

Um mês depois de terem chegado e completada a instrução operacional, a Companhia tomou rumo ao seu destino, situado a mais de 500 quilómetros a norte da Capital, embarcando os 150 militares numa coluna de camiões de carga civis, que se fizeram à estrada de madrugada para uma viagem com a duração previsível de 12 horas. Na maior parte dos troços daquela estrada principal a deslocação de veículos civis era acompanhada por uma escolta militar e a coluna que levava a Companhia ao seu destino não foi excepção. Após muitas horas a viajar em cima de malas, sacos e outras imbambas, já de noite, os militares chegaram ao local onde o alcatrão dava lugar à poeira da picada: a Vila do Songo. E faltavam, ainda, 60 quilómetros para chegar ao Colonato. Determinava quem podia, que a última escolta seria feita pelos militares estacionados naquela Vila. Porém, tendo anoitecido, o comandante da companhia do Songo recusou-se a ceder a escolta que permitiria aos «maçaricos» (gíria para novatos) chegar ao seu destino. Que não, que àquela hora era perigoso, que esperassem pela madrugada, e tal e tal. Mas se quisessem seguir que o fizessem, pois sempre eram 150 militares armados. O capitão recusou, alegando que não conhecia as paragens e que os outros tinham obrigação de os levar ao destino. Postos ao corrente, os alferes ficaram furiosos: «E agora, onde vamos nós alojar o pessoal?» perguntou o Alferes. Responde o capitão: «Deram-nos um armazém de café. Vamos ver se conseguimos levar o pessoal para lá…». Eram uns armazéns enormes, praticamente vazios. Aqui e além, uns montículos de grão de café que o pessoal aproveitou para fazer de «colchão». Não durou muito o descanso dos militares: o grão estava impregnado de pequenos insectos rastejantes que, rapidamente «invadiram» as roupas dos tropas! Toda a gente se levantou, sacudiu os bichos conforme pôde e correu para o exterior. Não, perigoso ou não, para ficar naquelas condições, era preferível arriscar fazer os quilómetros em falta… Acordados os motoristas, rapidamente foram dadas as ordens para que toda a gente embarcasse nos camiões! De repente, ouviu-se um grande alarido misturado com o ruído de três berliets. Era uma escolta especial, composta pelos militares que, no dia seguinte, deixavam o Colonato aos «maçaricos»! Visto que nunca mais apareciam, resolveram ir buscá-los… Uma berliet com metralhadora pesada, outra com pessoal já meio «tocado», mascarado com ligaduras a simular ferimentos e uma terceira disfarçada de carro de reportagem da RTP, com câmara de filmar feita de cartão e tudo… Meia volta e todos a caminho do Colonato por aquela picada onde predominava o pó e o capim. Embora o gerador de electricidade já estivesse desligado, a luz das velas e dos candeeiros a petróleo foi suficiente para abrilhantar o festim na messe de oficiais, no qual «reinaram» uma saladinha russa, uns filetes e, é claro, bebida q.b. que a sede era muita…

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Quem diria, hem?!

Conceição Lino, no seu programa Nós por Cá, uma espécie de telejornal antecipado, disse que Cavaco Silva tinha sido 10 anos primeiro-ministro, não-sei-quantos ministro das finanças e que, agora, criticava as leis da justiça... Fiquei admirado, pois o programa da «SIC/PSD» gosta muito é de criticar medidas do governo, com e sem razão. Mas desta vez acertou em cheio! O que Cavaco Silva disse até é verdade: uma boa parte das leis não são boas e são elaboradas com determinados propósitos... E no tempo dele? Não era assim? Claro, era! Quem ficou muito excitado foram os «sindicalistas» dos juízes e dos procuradores. Pois, pois! Assim, dito pelo Presidente, pode ser que as pessoas pensem que os juízes e os procuradores são uns «inocentes» que só praticam o bem... O que vale é Marinho Pinto para dizer umas verdades...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Este Alberto João Jardim só ao «estalo»...

Como é possível um «proto-fascista» desta espécie, como Alberto João Jardim, dizer tudo o que lhe vem à «real gana», sem que não haja qualquer reacção e muito menos dos seus companheiros de partido? Não! Tem de haver limites para os nossos ouvidos! Como se já não bastasse o «Bukassa» da Madeira, agora é o seu «ponta-de-lança» na Assembleia da República, o «alarve» Guilherme Silva! Gente insuportável esta... Está na altura de relançar o movimento «Viva Portugal e Açores independentes da Madeira»...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

E o orçamento?

Isto é que está um «parto difícil», hem?! E Paulo Portas a «comer as papas» na cabeça dos do PSD... É o que faz terem tantos parolos a fingir que mandam alguma coisa... Ai, «velha senhora», não arrumes depressa as botas, não...

domingo, 24 de janeiro de 2010

Tanta Freguesia não será exagero?

Portugal tem 308 municípios e 4257 freguesias. Em todas as freguesias, naturalmente há eleições e em grande parte, julgo que na maior parte, alguns lugares executivos são pagos. Ele há freguesias minúsculas com poucas dezenas de «fregueses» e enormes como Algueirão-Mem Martins, que tem 120 000 habitantes, ou seja, mais do que a esmagadora maioria das cidades deste País. Bem sei que é uma tradição e é verdade que algumas freguesias são muito dinâmicas, mas será que a sua existência se justifica assim tanto? Faz sentido que a Cidade de Lisboa tenha 53 freguesias urbanas? E Barcelos com 89 freguesias? E Guimarães com 68 freguesias? Em média, cada municcípio tem 14 freguesias! Para quê? Moro na Freguesia do Estoril e não consigo entender quais são as funções tão importantes que tem! Mas, com certeza, não será nada que a câmara municipal não pudesse fazer! Antigamente, ainda, passavam «atestados de residência» e «atestados de pobreza», mas hoje... Com as facilidades de comunicação que existem não me parece que haja necessidade de todas estas freguesias, ou pelo menos, que a lei seja do tipo «chapa 7», isto é, igual para todos os municípios, pois, se pode haver justificação nalguns locais, noutros... Repare-se que se chega ao ridículo de existirem cinco municípios, apenas, com uma freguesia, ou seja, são simultaneamente concelho e freguesia... Ridículo e dispendioso! Quais são? Alpiarça, S. Brás de Alportel, Barrancos, Porto Santo e S. João da Madeira. Talvez esteja na hora de repensar as divisões administrativas deste País...

sábado, 23 de janeiro de 2010

Memórias da tropa (26): A Bandeira...

Em Dezembro de 1974, a Companhia deixou o Colonato e instalou-se a 49 km da Capital, na Fazenda Tentativa, cujo nome foi alterado após a independência para «Mártires do Caxito». Coube ao 4.º pelotão a tarefa de «ocupar» o posto de controlo da estrada Caxito-Ambriz, a uma dúzia de quilómetros, na Fazenda dos Libongos. Naturalmente, nesta data já não havia qualquer controlo rigoroso, pois, circulava-se sem restrições naquela estrada, incluíndo alguns grupos da FNLA, MPLA e UNITA. Curiosamente, o Alferes foi substituir um colega que era, também, de Cascais e que tinha acabado de fazer 27 meses de comissão. Logo nos primeiros dias foi convidado pelos donos da fazenda para um almoço de boas-vindas, que meteu «criados» em pé a olhar para os comensais e tudo... Não foi uma refeição particularmente descontraída, pois os proprietários resolveram desabafar as suas amarguras quanto ao seu futuro em África. Digamos que as relações entre os colonos e o Alferes ficaram por aí! Não havendo grandes preocupações operacionais, o pessoal que não estava de serviço passava grande parte dos dias nas praias próximas, a barra do Dande e a Pombala. Sim, estavam perto do mar e daquela água a temperaturas nunca «vistas» em Portugal! O Alferes e o 4.º pelotão passaram o Natal de 1974 e o alvorecer de 1975 naquele local, tendo regressado à sede da Companhia, agora instalada no Caxito, em meados de Janeiro. Entretanto, o Alferes entrou de licença e aproveitou para se deslocar à «metrópole» e casar. Quando voltou, o capitão chamou-o à parte: «O batalhão recebeu uma queixa feita pelo homem da fazenda, onde dizia que viu um dos seus soldados arrear a bandeira em cuecas...». Surpreso, diz o Alferes: «Nada sei disso, mas talvez tenha sido em fato de banho. E, agora?». Responde o capitão: «O comandante fartou-se de me chatear com a coisa, você não estava cá para eu falar consigo e, olhe, peço-lhe desculpa mas, só para não ouvir o comandante, acabei por lhe dar uma repreensão registada...». O Alferes ouviu, ficou calado por um momento e retorquiu: «Não se preocupe, capitão, não faz parte dos meus planos concorrer à GNR!»

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Uma boa peça de reportagem...

Gostei de ver na SIC a reportagem sobre o Haiti. Os entrevistados, dois médicos que já tiveram responsabilidades intermédias no INEM e dois antigos técnicos da protecção civil, colocaram, mais uma vez, o «dedo na ferida» quanto à rapidez da resposta internacional em situações deste tipo, principalmente num país que não tem as condições básicas de acolhimento e orientação das forças que para lá são deslocadas. Conheço os intervenientes, aliás, os dois últimos trabalharam comigo mais de três anos. São pessoas que, com maior ou menor experiência, sabem do que estão a falar, em contraponto com as vozes menos avisadas que julgavam que isto da ajuda internacional era só estalar um dedo e... já está! Quando estive em Moçambique nas inundações de 2001, a missão perdeu mais de dois dias a tentar ir da Beira para Marromeu. O aeroporto estava literalmente «ocupado» por algumas ONG de «peso», como o Programa Alimentar Mundial, e eram estas que ditavam as regras, até que um coronel moçambicano, já de idade, possívelmente antigo guerrilheiro, colocou os «pontos nos is». No ano anterior, a ajuda americana tinha «ocupado» metade do aeroporto levando ao fecho do restaurante, que continuava encerrado em 2001. Sem meios de transporte, nem «peso» para os arranjar, valeu à missão outro militar moçambicano - um coronel da força aérea - que nos conseguiu fazer embarcar, primeiro, o pessoal num helicóptero pesado da FA moçambicana (só tinham dois...), um dia depois, as embarcações num aviocar sul-africano. Por último, embarquei eu e o meu adjunto (que está neste momento no Haiti), no mesmo helicóptero cheio de «imbambas», galinhas e tudo o que puderem imaginar... O que valeu foi a viagem de volta à Beira naquele enorme helicóptero só com os três moçambicanos e um russo da tripulação, eu e o meu adjunto da missão, a mais de 300 km/hora por cima da savana africana... Quando, finalmente, à noite, estavamos a dormir, recebemos uma chamada telefónica de Portugal: tinha caído a Ponte Entre-os-Rios...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Os «passos do coelho»...

Pé ante pé, Passos Coelho caminha «firme» para a «luta»! E quem é que mais vai a votos? Bom, para já ainda é preciso saber-se da «cena» do congresso, se há ou nem por isso, se é antes ou depois das «directas» e, se for antes, se estas se mantêm... Será que o «parolo» Aguiar Branco se vai arriscar contra Passos Coelho? Não parece provável... E o «grilo falante» lá de Bruxelas? Entre querer e arriscar a ficar «queimado», por apostar em «dois carrinhos»... Eles que são «brancos», maiores e, eventualmente «vacinados», que se entendam...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Os números 5 e 20...

Hoje, dia 20 de Janeiro, os números 5 e 20 têm um significado especial. A minha avó materna faria 115 anos, eu faço 35 anos de casado e a minha neta faz 5 meses. Acho que vou comprar lotaria a acabar em 5 e em 20...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ai, a D. Fátima «sabe-tudo» Campos Ferreira...

Era de esperar. O tema do Prós e Contras foi o clássico «estamos preparados para aquilo...». Eu não acredito que seja por parvoíce. Será mais por «estilo jornalístico» que, aliás, afecta todos os ditos. «Então, o que faria o Hospital de Santa Maria se tivesse que receber 3000 feridos?», perguntou a D. Fátima. Certamente a senhora do hospital que lá estava teve vontade de responder que faria o mesmo que os outros hospitais em qualquer parte do mundo: nada, ou melhor, faria o que fosse possível! Se a jornalista espera respostas concretas para este tipo de perguntas é porque é parva! Qual é o hospital em todo o mundo que pode receber 3000 feridos? Pode, desde que seja p'rá aí durante um ano... E é se estiver de pé!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sim senhor, então uma «medalhita», hem?

Pedro Santana Lopes vai ser condecorado, amanhã, pelo Professor Cavaco. Parece que é costume, e tal, os primeiros-ministros levarem uma «medalhita»... É como se fosse uma praxe... Bom, Santana Lopes não foi um bom primeiro-ministro. Falta-lhe jeito para a coisa, embora seja persistente e ande com vontade de «repetir a gracinha». Mas, se isto é costume, o que fará um Presidente da República (não este, claro, «lagarto, lagarto...») um dia, quando aparecer um primeiro-ministro ainda pior que Santana Lopes? Dão-lhe a «medalhita» na mesma?

domingo, 17 de janeiro de 2010

E eu a pensar que os imbecis estavam de folga...

Estava a fazer zapping e zás, aparece-me uma entrevista a um tal João Saraiva, alegado presidente de uma organização que ninguém conhece, a não ser os próprios membros: uma tal de «socorristas unidos sem fronteiras»... O homem é de «encher a moca»... Desata a criticar as opções quanto ao auxílio ao Haiti, sem que alguém lhe conheça qualquer credencial... E a televisão, claro «papa tudo», desde que seja para criticar... Querem uma aposta em como vai aparecer amanhã no «Prós e Contras»! Na verdade, pensando bem, talvez não me seja difícil perceber como é que tais indivíduos chegaram á televisão, mas isso são «contas-de-outro-rosário». Por curiosidade, fui à net para tentar perceber quem são os experts. Pois é! Pertenceram a um pequeno grupo criado à volta de uma pessoa na antiga Protecção Civil e, como viram que não «dava nada», criaram outro grupo e, pasme-se, já são dissidentes desse! Será por isso que são «unidos»! Abençoado país este com tanta iniciativa e tanto «maluco» a ter o seu «momento de fama» com o patrocínio da comunicação social...

sábado, 16 de janeiro de 2010

Acontece...

Ora bolas, o C-130 avariou e a missão regressou a Lisboa! Acontece. Não devia, mas acontece! Vale mais regressarem do que terem um problema pelo caminho. A brincar, são quase 20 horas de viagem, com paragem em Cabo Verde e nos Barbados. Vamos a ver é quando vão ter autorização para aterrar em Port-au-Prince. Com os americanos a controlarem o aeroporto, está mesmo a ver-se quais vão ser as prioridades... Mas hão-de lá chegar...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A ajuda ao Haiti...

O Governo lá decidiu participar na ajuda internacional ao Haiti. E fez bem! A comunidade internacional tem ali um problema para resolver que não fica atrás das catástrofes anteriores, bem pelo contrário. Portugal enviou uma equipa da Autoridade Nacional de Protecção Civil com o objectivo de montar um alojamento provisório para 750 pessoas. Pode ser uma «gota no oceano», mas é à nossa medida. Enviou, ainda, médicos e outro pessoal do INEM e da AMI para apoiar o campo de desalojados. A resposta internacional a estes problemas, normalmente é rápida. Mas, após a chegada, torna-se necessário colocar as equipas no terreno, e isso não é fácil pela falta de transportes, principalmente numa situação em que, aparentemente todas as estruturas de socorro e governação ficaram destruídas. Não se vê uma farda no terreno, com excepção das forças da ONU. Nem um polícia, nem um bombeiro, nada... Infelizmente, a ajuda internacional só começa a fazer efeito passados alguns dias, o que é demasiado tarde para muita gente. No Haiti há, ainda, o problema da falta de segurança. Dizem os especialistas que as pilhagens após estes acontecimentos, geralmente só têm lugar quando a população ou parte já é «vocacionada» para isso. É o caso do Haiti, com todas as convulsões sociais que tem sofrido ao longo de décadas. Disse-me um amigo, antigo repórter da CBS, que foi no Haiti onde encontrou a sociedade mais violenta no dia-a-dia! Quanto mais numa situação destas!
Alguns dos que foram na missão para o Haiti são meus amigos de longa data. Um esteve até comigo em Moçambique nas inundações de 2001. Bom trabalho e boa sorte para toda a equipa!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Memórias da tropa (25): as pevides...

Nas sanzalas que existiam junto ao Colonato - a «católica» e as «tocoístas» - viviam algumas dezenas de raparigas jovens que, naturalmente despertavam os olhares dos militares, também eles jovens e afastados do seu meio ambiente, de onde parte deles, aliás, nunca tinha saído. Eram raparigas do campo, umas mais bonitas e mais elegantes que outras. As «tocoístas» eram mais reservadas e não passavam «grande cartão» aos militares. As «católicas», por seu lado, eram mais abertas com a tropa e algumas trabalhavam para os militares como lavadeiras. O interesse destes, porém, ia muito para além da roupa lavada, embora sem grande sucesso, pois, sendo uma comunidade pequena, todas elas «deitavam o olho» aos rapazes «tocoístas», dado que a possibilidade de escolha era, substancialmente maior. Pelo lado da tropa, as ordens eram para confraternizar com os naturais, mas dentro dos limites razoavelmente aceites, pois, não interessava ter a população revoltada com alguma atitude menos prudente. Chegou o Natal de 1973. O capitão e o alferes-médico, que tinham as famílias na Capital rumaram a Luanda. Os quatro restantes oficiais, jovens com idades não superiores a 23 anos, como nada tinham para fazer após o almoço, decidiram ir confraternizar pelas sanzalas. Na «católica» foram bebendo «umas e outras» e a tarde foi avançando. Chegaram, mesmo a tirar uma «foto de família» com algumas das jovens camponesas meio envergonhadas... E lá estavam a Madalena (crica fria, de alcunha), a Feliciana, a Maria, a Lurdes, a Graça, a Antónia, a Carolina e a Luisa. Esta era, sem dúvida, a favorita. Baixa, bem feita, uma cara engraçada, muito discreta e... casada. Trabalhava como lavadeira de três dos oficiais presentes. O Alferes era excepção, pois, o tratamento da sua roupa estava a cargo de uma habitante do Colonato, uma senhora transmontana. Entretanto, veio a noite e os oficiais não «descolavam». À tantas, a Luisa convidou os quatro a entrarem na sua casa, feita de adobe e chapas de zinco. Sentaram-se à conversa na sala de entrada, muito escura, praticamente sem luz. A Luisa ofereceu-lhes um prato com pevides descascadas. Nem se fizeram rogados e atiraram-se às pevides para ensopar as «umas e outras». Acabado o «petisco», a Luisa pegou no prato, virou-se para trás e disse qualquer coisa em quicongo. Do meio da escuridão surgiu uma mão que colocou mais pevides no prato. O Alferes, intrigado, sacou de uma pequena lanterna a pilhas e apontou para o canto da sala. «É a minha avó!», disse a Luisa. Os oficiais deram as boas noites à senhora e decidiram, imediatamente que estava na hora de regressar... É que, lá no seu canto escuro, o contributo da ansiã para a confraternização consistia em descancar as pevides utilizando os seus três únicos dentes...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Lá vem mais «fogo»...

Já está! A tal sindicalista Ana da Frente Comum já veio a «lume» dizer que o SIADAP, o sistema de avaliação de desempenho dos funcionários públicos, é para «esquecer»! Pudera, com os professores a garantirem uma data de coisas... Mas, não faz mal! Qual é o problema de todos os funcionários públicos voltarem a ter a classificação anual de Muito Bom? Nenhum, naturalmente! Quem não tem é porque é parvo...
Cá para mim, acho que o Governo abriu uma «Caixa de Pandora»...

É de ficar sem palavras...

O Haiti é, sem dúvida, um dos países mais pobres do mundo. É, também, um dos mais violentos, onde matar e morrer é tão comum, como difícil de compreender. Como se não bastasse, de vez em quando, lá vem uma catástrofe... Desta feita, a destruição terá passado todas as «marcas»! É de ficar sem palavras...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Lá isso, é verdade...

Ontem, no programa de Fátima Campos Ferreira, o representante da empresa Hovione colocou o «dedo na ferida»: o que fazem a maior parte dos empresários pelo País? Naturalmente, se as empresas não se organizarem e produzirem, a economia não melhora. Toda a gente sabe isso. Toda a gente sabe, também, que grande parte das PME são geridas por patrões que podem trabalhar muito, mas têm muitas dificuldades no que respeita à gestão dos negócios. Pedir apoios e subsídios, isso sabem. E o resto? No mesmo programa falou o Professor Abel Mateus. Pode ser, e não discuto isso, um grande professor, economista e tudo. Mas sobre perguntas concretas, as respostas são as dos «pensadores»: generalidades! Com estes economistas também não vamos longe...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

João Salgueiro? Quem é?

O senhor foi dizer coisas ao Professor Cavaco, coitado, que já anda um pouco atrapalhado com o que diz! Foi dizer ao Professor, ou melhor, o que interessava era o que iria dizer aos jornalistas, pois, nisto de manter a «popularidade», o que se deve fazer é aparecer de repente, de tempos a tempos, dizer umas coisas e zás, toda a gente engole o «isco», a começar pela comunicação social. Olhem o que faz o «grilo falante» e a Sra. Dona procuradora Maria José Morgado. Quem não aparece, esquece! O bom disto tudo, é que o «preocupado» João Salgueiro, foi até há pouco tempo presidente da associação de bancos. Sim, daqueles bancos portugueses que tiram lucros fabulosos de envergonhar os pobres. Sim, daqueles bancos como o BPN e o BPP que se entretinham a «enganar» os depositantes, a troco de taxas acima da média, é certo. Pois, é esse mesmo senhor que está preocupado com o País! Ó homem, vá «dar sangue»...

domingo, 10 de janeiro de 2010

Não será antes, «arrefecimento global»?

Afinal, onde está o «aquecimento global» que ninguém o vê? Cada vez está mais frio! Ele há aqui qualquer coisa que não bate certo...
Com este tempo, para nos «entreter» só mesmo dois personagens tipo «d. sebastião» que, de quando em vez, aparecem assim do nada só para dizer que estão vivos: Maria José Morgado, a palradora procuradora que é suposto apanhar os corruptos e mais não sei o quê (já lhe viram algum trabalho?) e o inevitável «grilo falante» que, em vez de vir de Bruxelas para descansar, desata a dizer disparates. Ó homem, se quer ser «patrão» do PSD, candidate-se, porra!

sábado, 9 de janeiro de 2010

O acordo ainda «vai-no-adro»...

Não quero ser desmancha-prazeres, mas ainda vai correr muita tinta a propósito do acordo com os professores! Logo para começar, o professor Nogueira disse uma coisa e a ministra outra, pelo que ficaram bastantes dúvidas sobre o acertado. E o professor há-de inventar mais uma ou outra, vão ver... Bom, bom seria que este acordo acalmasse as hostes, embora se esteja perante uma situação que não vai agradar aos outros licenciados da função pública que não podem chegar ao topo da carreira. Ah, e não se esqueçam que o «mérito» foi do «parolo-oportunista político» Aguiar Branco, assim diz ele...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Outras memórias...

Naturalmente, a história de Fernanda Câncio no Diário de Notícias terá vindo a propósito da discussão e aprovação, hoje, na assembleia da república do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ao passar uma «vista de olhos» sobre o PUXAPALAVRA, deparei com um comentário à notícia feita por Raimundo Narciso e avivou-se-me a memória. Tratava-se de uma desavença entre a família de uma pessoa falecida em 2007 - homossexual - e o seu companheiro com quem viveu mais de 30 anos, por este ter colocado uma simples placa com o nome e datas na campa no cemitério de Cascais. Acontece que o falecido TOY foi meu colega de turma na extinta Escola Comercial Ferreira Borges, situada no Alto de Santo Amaro, à Ajuda, aí uns três ou quatro anos. Raramente o encontrava e soube da sua morte por acaso, através de um antigo colega de escola e comboio. O TOY e o Fernando entravam em Cascais, eu no Monte Estoril, a Gena, a Jana e a Ana em S. João do Estoril (o que será feito delas?). O grupo aumentava em Oeiras e assim partilhámos durante algum tempo as alegrias da transição para a adolescência. Desse tempo e, especialmente do TOY tenho três recordações. Primeiro, a determinada altura (aos 14 ou 15 anos), namorámos duas colegas que, não querendo andar sózinhas com os rapazes, nos obrigaram a fazer os passeios a quatro. A segunda recordação prende-se com uma das maiores vergonhas «públicas» que passei quando, no «jardim de inverno» do comboio, quase cheio, perante as insistentes «gozações» do TOY relacionadas com qualquer coisa que eu disse, reagi com uma grande bofetada e parti-lhe os óculos ali à frente de toda a gente. Pedidas as convenientes desculpas, ficámos amigos na mesma. Por último, lembro-me dele falar imenso num espaço que existia em Cascais no qual se tocava jazz que, curiosamente tenho ideia onde ficava, mas não me recordo o nome, e da forma teatral como ele recitava parte do Cântico Negro de José Régio: «Não, não vou por aí! Só vou onde me levam meus passos... e cruzo os braços...».
Pela memória do TOY, que casos com o noticiado não voltem a ser história...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Memórias da tropa (24): os pombos do administrador...

No Colonato havia um posto administrativo, uma espécie de «junta de freguesia» colonial. Era chefiado por um funcionário designado administrador de posto e dispunha de uma dezena de cipaios, que era uma força «aparentada» com a polícia. O funcionário, com cerca de 40 anos, natural de Alcobaça, era um indivíduo bastante aberto que, com relativa facilidade foi ganhando a simpatia dos oficiais da Companhia. Tornou-se hábito, então, a presença do administrador de posto na messe após o jantar para tomar café e conversar, religiosamente às segundas, quartas e sextas. Os oficiais nunca perceberam bem se haveria ali uma segunda intenção ou não. Na realidade, nunca estes se coibiram de falar à vontade, criticando o próprio Regime. O administrador de posto alinhava nessas críticas, embora mais moderadamente, dando a entender que provinha de uma família ligada a sectores republicanos oposicionistas lá no distrito de Leiria. Para completar o serão e acompanhar a tertúlia de bebidas e conversa, o administrador de posto trazia sempre a sua telefonia de ondas curtas, com a qual se podia ouvir o que se passava fora daquele Vale imenso onde corria o rio citado por Sérgio Godinho numa das suas canções, a propósito das famosas laranjas que aí abundavam. O funcionário colonial tinha, porém, outro entretém: criava pombos! Ora, o «Manuel», soldado vilafranquense que prestava serviço na messe como impedido do capitão, tinha uma embirração doida com os pombos do administrador de posto: que sujavam a entrada da cozinha, que esgravatavam nos caixotes do lixo, etc. Um dia, teve por ideia dar alguma «utilidade» aos pombos. Então, com um recipiente metálico feito de metade de um bidão de 200 litros, um pau, um cordel grosso e milho, começou a «caçá-los» no recinto das traseiras junto à porta da cozinha. E assim, os oficiais passaram a ter na dieta, um vez por semana, «canjinha de pombo»! Ao saber a proveniência das aves, o capitão deu um ralhete ao «Manuel», mas, também, instruções para que só servisse a «canjinha de pombo» fora dos dias das visitas «programadas» do dono. Um dia, estavam os oficiais a comecer a «canjinha», quando subitamente, sem ser segunda, quarta ou sexta, aparece o administrador de posto: «Ora viva, dão-me licença?». Instintivamente, o capitão respondeu: «Entre, entre, esteja à vontade.». Diz o outro: «Obrigado. Cheira tão bem, estão a comer o quê?». Os oficiais entreolharam-se e pararam de comer durante dois segundos. Afinal, estavam a jantar os pombos do homem e sem ele saber. Diz o Alferes, muito rapidamente: «É servido?» Todos olharam para o «fornecedor do jantar», que respondeu: «Não obrigado! Já jantei. É pombo, não é? Vejam lá que tenho tantos e nunca me dá para os comer. Qualquer dia vou experimentar.». No meio do silêncio que se instalou, só se ouvia o barulho das colheres e um «pensamento» quase unânime: «Não os comas depressa, não...»

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Não se passa nada...

Pois não! E a inspiração também tem estado de descanso estes dias. Nem terça, nem quarta... deve ser do frio! Bolas, é que está mesmo um «briol» que até gela as ideias...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Mais um assunto para vender papel a rodos...

Não tenho nada contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo! Mas, na verdade, também nada tenho a favor! Isto é, a questão não me desperta para discussões. Agora, quando a «padralhada» se mete em coisas «terrenas», principalmente quando nem têm autorização do «patrão» para casar com pessoas do sexo oposto, é que me dá cá uma «comichão»! A «padralhada» e os «acólitos», já se vê, todos armados em moralistas... Querem um referendo! O que querem é ver se esquecem o referendo sobre o aborto, em que levaram «prá chu-chu»... Em resumo: se estes «moralistas da treta» querem um referendo, apoiados, é claro, pela ala direita da assembleia da república, a minha posição fica mais fácil: sou contra...

domingo, 3 de janeiro de 2010

Pronto, acabou-se a «moinice»...

É verdade! Lá se foram as duas semanas de férias! Isto é muito injusto! Quando entro de férias, tenho dias em que não sei muito bem como me hei-de entreter. Bom, não é que não faça planos para as férias: ai e tal, vou fazer isto, vou fazer aquilo, vou arrumar melhor os livros, etc. O pior é passar à prática! E depois, quando me estou a habituar à «moinice», zás, acabam as «benditas»... É uma injustiça...

sábado, 2 de janeiro de 2010

Memórias da tropa (23): o certificado de «bom português»...

A Companhia tinha três «funcionários» civis recrutados localmente: no «hospital» trabalhava como servente o senhor «Arnaldo» e na messe de oficiais, o «Carlos», um jovem com problemas de locomoção devido a paralisia infantil e o senhor «André», que teria uns quarenta anos de idade. O primeiro era o chefe tradicional da sanzala situada à direita entre o Colonato e a «pista» de aviação. O último era, também, chefe de uma minúscula sanzala, praticamente só de familiares, situada à saída do Colonato, na «estrada» para a sede do Batalhão. Nestas duas sanzalas praticava-se uma religião evangelista conhecida por Tocoísmo, fundada por Simão Toco, que veio a falecer nos Açores, para onde tinha sido deportado pelas autoridades coloniais. Havia, ainda, uma terceira sanzala, em frente à maior, denominada de «católica» por ser esta a religião praticada pelos seus habitantes, maioritariamente descendentes de bailundos do Sul de Angola que ali se tinham fixado. Entre bailundos e quiquongos seriam cerca de 2000 pessoas, mais as cerca de 100, entre portugueses e cabo-verdianos que habitavam o Colonato.
Em Dezembro de 1974 a Companhia foi rendida, apenas, por um pelotão de uma unidade recém chegada da «metrópole». O novo e único oficial decidiu que não seriam necessários dois serventes na messe de oficiais e despediu o mais velho, o senhor «André». Este ficou , naturalmente muito aflito, tanto mais que tinha duas bonitas filhas a estudar na cidade de Carmona (hoje, Uíge). Apressadamente, foi a sua casa buscar um papel que mostrou ao novo alferes. Mas, este mostrou-se irredutível com a decisão que havia tomado. Então, o «senhor André» procurou o Alferes, que estava de oficial-de-dia: «Meu Alferes, o novo alferes quer despedir-me, mas eu nada fiz de mal. Não compreendo por quê!» O Alferes não sabia o que havia de dizer perante a aflição do senhor «André»: «Sabe, não é que tenha feito qualquer coisa de errado. Mas ele só precisa de uma pessoa e optou pelo «Carlos» que tem aquele problema e, por isso, mais dificuldade em fazer outro tipo de trabalho!» Diz o outro: «Veja, por favor, este papel. Foi passado pelo Major F....., do outro Batalhão. Aí diz que eu sou bom patriota, um bom português...» O Alferes ficou de olhos e boca abertos. Afinal, o senhor «André» não estava a perceber o que se passava. O senhor «André» ainda não tinha interiorizado que o seu país caminhava rapidamente para a independência. «Olhe senhor «André», desculpe o que vou dizer, mas se fosse a si encondia esse papel. Guarde-o, se quiser, mas não o mostre por aí, pois pode vir a dar-lhe desgostos!» Mas o senhor «André» insistia com o «certificado». A sua aflição em perder o pouco dinheiro que ganhava todos os meses era tanta, que estava completamente bloquedo com a ideia de qualquer mudança...

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

E pronto! Mais um «ritual» cumprido...

Já «mudámos» de ano! Não que se note, é claro! Cumpriu-se mais um «ritual» que deixa o pessoal muito eufórico. Eu, cá por mim, «mudo de ano» de forma sossegada, pois gosto pouco de confusões obrigatórias e em épocas específicas... O Professor Cavaco acabou de falar, com o seu ar de sempre... Apesar de não ter dito nada de muito novo ou que não se saiba, aposto que vão ser encontradas ideias para pôr os «politólogos» a ganhar o deles durante, pelo menos, uns quinze dias...