quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Era para rir, se não fosse tão perigoso...

Outro dia disse que Duarte Pio Bragança era de «encher a moca a rir». Pelos vistos não é só ele. Sei que não se deve «bater no ceguinho», mas a comunicação do Professor Cavaco Silva está para lá do que se podia esperar de uma figura que - quer se goste da pessoa ou não - deve o garante do funcionamento das instituições da República. Como foi possível a Cavaco Silva misturar «alhos com bugalhos», omitir factos e fazer acusações, quando o aproveitamento de toda a «história» das «escutas» foi feita pelo PSD? Como foi possível afirmar perante toda a gente que é um autêntico ignorante em questões de informática? Como foi possível defender e não defender, demitir e não demitir, esquecer que quem «levantou a lebre» da participação da assessora no programa do PSD foi o próprio site do PSD e um jornal «amigo»? Não, não é possível aceitar-se este tipo de intervenções saloias de alguém que, por omissão, meteu o «pé na argola» e agora quer safar-se aos olhos do povo. Pior do que isso - mas já esperado - foi a comunicação nojenta do PSD através de Marques Guedes (o ex-chefe da segurança de Ecclestone na Fórmula I). Aliás, a do PCP não lhe ficou atrás.
E que grandes dificuldades tiveram ontem os «politólogos» na SIC Notícias. Até Luís Delgado se atirou ao homem. Claro que Nuno Rogeiro desatou a inventar os «cenários» que muito gostava que acontecessem, como o PR não convidar Sócrates a formar Governo. Neste aspecto, acho que o PS (que esteve muito bem no «desmontar» da comunicação) e o Professor vão ter, obrigatoriamente que se entenderem, embora este tenha demonstrado com clareza, quão aborrecido está por a «velha senhora» ter ido «com os porcos»...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

E agora as autárquicas...

Quando se vota para a Assembleia da República, para as assembleias regionais ou para as assembleias de freguesia, vota-se numa única lista. Em qualquer dos casos, o partido mais votado é encarregue de formar o executivo. Nas freguesias, o presidente do executivo (Junta de Freguesia) é mesmo, obrigatoriamente o cabeça da lista mais votada. Sendo assim, qual será a razão pela qual, para os municípios temos de votar em duas listas: uma para a Câmara Municipal e outra para a Assembleia Municipal?
Vem isto a propósito da existência de vereadores de câmaras municipais que não têm qualquer pelouro. Então se não têm, por que «carga de água» estão no executivo? Executam, exactamente o quê? Nada, está visto! Vão às reuniões, ganham a senha de presença, barafustam ou não, mas a maioria é maioria e... «está bem abelha»!
Admito que, logo após o 25 de Abril, tivesse sido uma medida bem feita. Antes, os presidentes de câmara municipal eram nomeados pelo governo e era preciso dar voz a quem, nos diversos partidos, tinha vontade de fazer coisas. Mas, na verdade, as diferenças entre partidos foram aumentando (não que se note, por vezes...). Ou, pelo menos, todos acham ter a solução milagrosa diferente das demais. Não parece que ainda haja necessidade de constituir o executivo através do método proporcional. Ou melhor, que se constitua através deste método, mas em função do «jogo de forças» das assembleias municipais, tal como acontece com as outras eleições. Daria muito mais força aos deputados municipais, poupava-se um boletim por cidadão e evitava-se a existência de vereadores que não contam para nada...
Na verdade, isto não é novidade. Os partidos estão fartos de discutir o assunto, mas sem consequências. Quem tem a perder são, naturalmente os partidos mais pequenos, que ficarão com muito menos vereadores. Mas a Democracia é assim. As pessoas mais do que representação artificial, querem é que as câmaras municipais funcionem com um único objectivo: o bem da população (ingénuo? quem? eu...?)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Afinal, quem mais beneficiou com os resultados?

Indiscutível que o partido mais votado foi o PS! Não renovou a maioria absoluta, mas isso já todos esperavam. Vai ter que fazer muita «ginástica»...
Mas, o mais beneficiado foi, sem dúvida, o CDS. Por quê? Porque alcançou um número de deputados que lhe permite ser a «charneira». Arranjou quatro ou cinco frases chave, com que se concordava de imediato e, no mais puro populismo e demagogia, dava a entender que o Governo fazia ao contrário das ditas. E não é que resultou?
Era, afinal, o que o BE queria, ser a «charneira». Mas saiu-lhe o «tiro pela culatra». E agora o que vai Louçã fazer com o oito deputados que tem a mais? Nada! A «chantagem» que se preparava para exercer sobre o PS, que teve o seu «ponto alto» nas infelizes declarações após os resultados, ficou sem efeito... Isto é, o BE contribuiu para retirar a maioria absoluta ao PS, mas contribuiu, também, para que o PSD e o CDS, juntos, conseguissem mais deputados que o PS sózinho. Agora vai «chupar no dedo», a menos que traga a CDU para o grupo. O «canto de vitória» do BE não lhe vai servir para nada. E depois o outro é que é arrogante...
Quanto ao PSD «temos pena», vai ter que mandar «mais postais». A «velha senhora», finalmente, vai ter o que merece: uma reforma sossegada. Aliás, pode levar o Prof. Cavaco com ela, pois este não aparenta discernimento suficiente para novo mandato.

domingo, 27 de setembro de 2009

E pronto...

Pela primeira vez na vida o meu voto vai ser co-responsável por um Governo...

sábado, 26 de setembro de 2009

Pronto, já reflecti...

E muito. Principalmente na praia e, depois do sol, nevoeiro e banhoca, à frente de umas sardinhas assadas no «Baiuka». E o resultado é este:

Com duas excepções, sempre votei à esquerda do PS. As excepções foram as legislativas de 2002 e as europeias deste ano. Em ambas o PS perdeu. Como «não há duas sem três», amanhã vou votar PS. Ou melhor, vou votar para que José Sócrates seja o próximo primeiro-ministro. Espero que «à terceira seja de vez» e o PS ganhe. Bom, se perder, também, já estou habituado, pois com o meu voto nunca um partido ganhou qualquer eleição legislativa...

Vou votar PS, por quê? Porque José Sócrates teve a coragem de pôr Portugal a avançar em muitos dos domínios em que o atraso era evidente. Enfrentou as «corporações» bem instaladas e com isso ganhou inimigos, intrigas, votos perdidos. Na realidade, os que o criticam não se importam que as outras «corporações» sejam molestadas. Mas quando se trata da sua... «alto e pára o baile»... Além disso, dos «candidatos» a primeiro-ministro haverá algum com maior sentido de Estado do que ele? Nem «de bico». Sei que nem todos concordam comigo, mas é assim que eu sinto. E a maior parte das pessoas que o criticam, se analisassem com alguma distância o que se passou nestes quatro anos e meio, sem embarcar no «diz que disse» fácil, certamente teriam uma opinião similar... Amanhã joga-se muito mais do que parece...

Shiuuuu.... estou a reflectir!

ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ....

(Aliás, já estava a reflectir às 3 e tal da madrugada, quando fui interrompido pela música do Tamariz. Quase que apetece desejar que venha o mau tempo para ver se fecham aquela porcaria...)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Outro que é «de encher a moca a rir»...

Duarte Pio Bragança, o tal senhor que acha que é «duque», uma coisa que acabou em 1910 (só me saem é duques...) disse que nas monarquias não há escutas ao Chefe de Estado. Como se ele soubesse o que se passa nos outros países. Também, se alguém lhe perguntou opinião é porque não tem mais nada que fazer. Como estamos em eleições e ele não vota (sim, porque a Assembleia é da República, se ainda fosse Nacional, como no tempo da «outra senhora»...), vai debitando umas coisas para lembrar que está vivo. Pois, já se percebeu que está vivo, mas continue sossegado lá em S. Pedro de Penaferrim (que, por acaso é a freguesia onde trabalho...). Até o fadista-político do PPM diz que este não é o verdadeiro «rei». Nem este, nem outro. Mas, já que querem tanto um referendo, porque razão não se candidata ele a Presidente da República? De facto, este «rei» e estes súbditos não existem...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Lição de vida...

Este texto foi-me enviado hoje por mail. Não sei quem é o autor, mas vale a pena ler:

Um professor diante da sua turma de filosofia, sem dizer uma palavra, pegou num frasco de maionese grande e vazio e começou a enchê-lo com bolas de golfe. A seguir perguntou aos estudantes se o frasco estava cheio. Todos estiveram de acordo em dizer que «Sim».
O professor abriu, então, uma caixa de fósforos e vazou-a dentro do frasco de maionese. Os fósforos preencheram os espaços vazios entre as bolas de golfe.
O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio e eles voltaram a responder que «Sim». Logo, o professor pegou numa caixa de areia e vazou-a dentro do frasco. Obviamente que a areia encheu todos os espaços vazios e o professor questionou novamente se o frasco estava cheio. Os alunos responderam-lhe com um «Sim» retumbante.
Em seguida, o professor adicionou duas chávenas de café ao conteúdo do frasco e preencheu todos os espaços vazios entre a areia. Os estudantes riram-se nesta ocasião. Quando os risos terminaram, o professor comentou:
Quero que percebam que este frasco é a vida. As bolas de golfe são as coisas importantes, família, os filhos, a saúde, a alegria, os amigos, as coisas que vos apaixonam. São coisas que mesmo que perdêssemos tudo o resto, a nossa vida ainda estaria cheia. Os fósforos são outras coisas importantes, como o trabalho, a casa, o carro etc. A areia é tudo o resto, as pequenas coisas. Se primeiro colocamos a areia no frasco, não haverá espaço para os fósforos, nem para as bolas de golfe. O mesmo ocorre com a vida. Se gastamos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca teremos lugar para as coisas que realmente são importantes. Prestem atenção às coisas que realmente importam. Estabeleçam as vossas prioridades, e o resto é só areia.
Um dos estudantes levantou a mão e perguntou: Então e o que representa o café? O professor sorriu e disse: Ainda bem que perguntas! Isso é só para vos mostrar que por mais ocupada que a vossa vida possa parecer, há sempre lugar para tomar um café com um amigo...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Memórias da tropa (10): o acidente

Era domingo. Desde que todos estivessem «em casa», o domingo era passado como se deve passar um domingo: a descansar. Porém, algumas rotinas continuavam a fazer-se. Entre elas, ir à lenha, pois era com lenha que a cozinha funcionava. Parte do pelotão de serviço, sob o comando do sargento-de-dia, seguia na Berliet para fora do Colonato, a fim de recolher combustível. Ao passar numa ponte de madeira, esta cedeu e a viatura tombou para o riacho. Quando os oficiais foram avisados, o Alferes vestiu a primeira coisa que encontrou e, juntamente com o capitão, seguiu no jipe a toda a velocidade para o local do acidente, que era já a uns quilómetros do Colonato. O cenário que encontraram foi confrangedor. Mais de uma dezena de feridos, pernas e braços partidos. Sob o camião, dentro do riacho, um morto e um ferido grave - um primeiro-cabo do recrutamento local - preso pelas pernas, que só conseguia manter a cabeça fora de água com a ajuda de outro soldado, também ele com escoriações. O Alferes entrou na água, deu ordem ao soldado que saisse para ser socorrido e substituiu-o segurando o cabo por baixo das axilas, de modo a continuar com a cabeça de fora. Passados minutos, o militar expirava nos braços do Alferes...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

E o baile continua...

Apesar do Prof. Cavaco Silva ter demitido o tal assessor das «inventonas», o inqualificável do «grilo falante» e a «velha senhora» continuam hoje a «bater na tecla»... Já não se trata de política ou campanha eleitoral, é mesmo demagogia da barata e desonestidade política e intelectual. Cuidado com o «grilo falante», pois tem tendência para se colocar em «bicos dos pés» e dizer, sem qualquer pudor, as maiores alarvices. Hoje já o fez. Que vá rapidamente para Bruxelas e fique lá muitos anos...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Que grande bronca...

Então o Prof. Cavaco Silva (Sr. Silva, de acordo com Alberto João, há uns anos...) despediu o assessor Fernando Lima? Que grande bronca! Juro que não estava à espera, mas este Professor está a sair-se muito mal na função para a qual foi eleito pela maioria dos votantes! Tanta tinta, tanta mentira, tanta raiva expressa devido ao assunto e, afinal... O que irão agora dizer a «velha senhora» e o «grilo falante» (ainda não sabem quem é? O Paulo Rangel, claro!), depois de destilarem o ódio todo a propósito desta «inventona»? Nada, pois, como não são parvos, sabiam muito bem que ali «havia gato». De qualquer forma, aproveitaram para «bater na tecla», pois ideias, ideias para o País, parece que não abundam por aqueles lados... E os senhores jornalistas e politólogos que «engoliram o isco até ao anzol»? Ele é o Correio da Manhã (da manha!), ele é o imbecil que dirige (ia) o Público, fora todos os outros que, mesmo duvidando, não gostam de ficar atrás no asneiredo...
Mas quem andou muito mal foi o Senhor Presidente da República... Espero, sinceramente que não se recandidate. Se o fizer é porque tem menos vergonha do que seria previsível...

domingo, 20 de setembro de 2009

Chegou o «grilo falante»

Pois é! O homem ainda estava a habituar-se ao «clima» de Bruxelas e já teve que vir dar uma ajuda à «velha senhora». Quer dizer que não chegavam as «bacoradas» da dita, a bater nas teclas do costume. Tinhamos de aturar a irritante personagem, que já começou a ofender tudo e todos. Vai ser uma semana e «peras»...

sábado, 19 de setembro de 2009

O Louçã é de «alugar cadeiras»...

Quase um humorista dos fortes. Os «Gato Fedorento», os «Contemporâneos» e o Herman José que se ponham «a pau», pois o Louçã quer tirar-lhes o lugar... Então, os PPR e outros produtos que grande parte das pessoas têm como salvaguarda do futuro (as que podem lá chegar, é certo...) não prestam e devem ser abolidas, e ele tem um PPRzinho? Claro! Não tem qualquer mal! O mal é o programa do BE - que cada vez mais procuram contribuir para colocar lá a «velha senhora» - dizer que estes benefícios fiscais devem desaparecer... Para os outros, claro, que ele é diferente: «revoluconáriozinho» na rua, «aburguesado» na vida privada... Ainda por cima, vem dar explicações parvas, tentando sair «por cima»...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A campanha das «escutas»...

Basta aproximarem-se eleições, que alguns políticos, politólogos e jornalistas perdem imediatamente as estribeiras. São insultos pessoais, «casos», contra-informação, etc. Aliás, para fazer frente a outro, a técnica é sempre a mesma: bater numa «tecla» e repetir, repetir, repetir até à exaustão. Parecendo que não, acaba por ter os seus efeitos. Como é possível que, após as eleições, toda esta gente volte a confraternizar? Alguns por obrigação, é certo. Mas, acho que é preciso muito estômago para «mostrar os dentes» a alguns desses imbecis.
Isto a propósito da campanha das «escutas». Parece ter sido «obra» de um antigo jornalista, assessor do Prof. Cavaco Silva. Foi uma invenção pouco consistente, mas o mal está feito. Os autores das «obras» sabem que uma «notícia» daquelas, destacada por jornais «credíveis», mesmo que desmentida, causa «mossa» em quem se quer atingir. Um bom exemplo é o destaque gigantesco do Correio da Manhã (da manha...) de hoje. Outro é o «jornalismo de primeira» do director do Público. Parece que vai ser corrido de director. E, verdade seja dita, é por dizer o que diz e alimentar campanhas contra o primeiro-ministro. Mas não da forma como quiseram insinuar com o caso da Manelinha da TVI. É que as vendas começaram a descer porque está toda a gente farta das cretinices de José Manuel Fernandes. Tal como os outros, esqueceu-se que quem manda é o «patrão», que não é da «protectora dos animais» e quer é o seu lucrozinho... Bom, neste caso, o «patrão» até é o Eng. Belmiro, pessoa que não pode ser acusada de estar ao lado do governo. Que seja muito feliz, pelo menos tanto como a felicidade que terá trazido às pessoas com quem embirrou...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Memórias da tropa (9): a amiga e o terço

Os militares já se tinham despedido da família e aguardavam em Figo Maduro o embarque para África no avião da Força Aérea. O Alferes conversava com um colega de outra companhia: Então tiveste muita gente aqui a despedir-se? ... Não (respondeu o outro alferes, que era de Coimbra), disse que não queria cá ninguém! Mas, mesmo assim, a minha mãe mandou cá uma senhora amiga que vive aqui em Lisboa. ... Ai, sim? ... Pois, vê lá que me veio trazer um terço, logo a mim! ... Então, o que é que fizeste ao terço? ... Oh, assim que ela voltou costas, deitei-o no caixote do lixo, não fosse dar azar...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Não valia a pena imitar os americanos...

O Prof. Cavaco Silva, na sua qualidade de Presidente da República, foi entregar os prémios anuais aos jornalistas distinguidos com o prémio do Clube dos ditos. Na sua intervenção quis ser engraçado, logo ele que não tem jeito nenhum. Leu um texto que, eventualmente terá escrito, mas que soa a uma «cópia» do tipo de discursos «engraçadinhos» que os presidentes dos Estados Unidos costumam fazer nos jantares anuais com os jornalistas acreditados na Casa Branca. Como diria o outro: «não havia necessidade...». Ganhou, apenas, algumas referências nos noticiários, eventualmente pelo espanto da «coisa». De facto, não é engraçado quem quer, é quem pode. E logo o Prof. Cavaco Silva que, onde quer que vá, parece estar sempre a fazer frete...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Os Gato Fedorento...

Assisti aos dois programas dos Gatos. Gosto do humor que fazem. No primeiro programa, aquele onde esteve José Sócrates, estiveram muito bem na primeira parte, melhor do que neste segundo. As entrevistas (gravadas) tiveram a sua graça, embora José Sócrates e Manuela Ferreira Leite estivessem muito à defesa. Pudera! Vamos a ver como reagem os outros políticos...
Sem querer embirrar com a «velha senhora», já repararam que cada vez está mais parecida com o Prof. Cavaco, principalmente nos maneirismos quando fala? Se calhar aquele ar «do antigamente» e de «peixe fora de água» pega-se...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Memórias da tropa (8): a sopa sabia mal

O Alferes estava de oficial-de-dia. Uma das suas obrigações era provar e aprovar a comida que ia ser servida no refeitório dos praças ou, como lhe chamavam, na «pensão aperta o cinto». A prova não foi feita com o devido cuidado. Esqueceu-se da sopa... Logo no início da refeição, os soldados começaram a murmurar sobre o sabor da sopa. O murmúrio, rapidamente deu em «revolta». Chamado o Alferes, após ter provado a sopa que fora servida, ordenou que fosse recolhida e foi à cozinha procurar os porquês. Naquele tempo, os cozinhados ainda eram feitos a lenha, sobre a qual se colocava uma estrutura metálica e os grandes panelões para servir mais de cem soldados e cabos. Interrogado o cozinheiro de dia, começou por negar que tivesse havido algo fora do normal. Não podia ser, pois a sopa, de feijão e hortaliça, tinha um sabor esquisito. Depois de grande insistência, o soldado-cozinheiro lá se «descoseu»: Sabe, meu alferes, como o lume estava baixo, fui ateá-lo com gasóleo. Mas quando lhe cheguei com o «jerrican» quase cheio, com o impulso, parte do gasóleo foi para dentro da panela... e eu pensei que seria um desperdício deitar tanta sopinha fora...

Informação...

Apenas para informar que, contactado o blogue «bombeirosparasempre», já lá consta a origem do post sobre o almoço do pessoal da VMER de Cascais, o que agradeço. É curioso que nos comentários ao post naquele blogue, haja pessoas a dizerem que aquele pessoal também têm de comer, às vezes não come a horas, etc. É verdade, só que, como respondeu alguém noutro comentário, o hospital tem cantina. Se não gostam da comida, paciência, levem de casa. Agora, um serviço daqueles almoçar de esplanada, na maior, é que não me parece muito feliz...

domingo, 13 de setembro de 2009

Desabafo do dia (2)

Dei no jornal da TVI (e a Manuela, coitadinha...) com um indivíduo da Sociedade Portuguesa de Matemática a tecer comentários sobre o número de estudantes que conseguiram entrar para o ensino superior. Que era positivo, mas se devia a facilitismos nos exames. Então e provar? Dizer em que consistiu esse «facilitismo»? Não! O senhor deve ser um génio e os génios podem dizer tudo... E, cuidado, pois se alguém do governo disser alguma coisa, é «asfixia», pois claro, e a «velha senhora» lá estará para os defender!
Esses mesmos senhores, os da Matemática, estiveram uma vez num canal televisivo a criticar o exame que foi feito aos putos da «4.ª classe»! Da «4.ª classe», meus senhores! Pasmem. Aquilo é que devia ser cá uma matemática do «caraças»...
Tenho a sensação que estas críticas se devem a «grupos no seio dos génios». Do tipo, por que será que convidam aqueles para elaborar as provas e não convidam a gente? Ainda dizem que a matemática desenvolve o cérebro...

Desabafo do dia (1)

Começou com o Correio da Manhã (da quê? Da manha?), essa «pérola» dos nossos jornais diários! Que José Sócrates tinha «despedido» os ministros no debate... Continuou noutros órgãos de comunicação, pois, isto de dizer parvoíces, quando um começa, os outros nunca querem ficar para trás. E vai daí, a «independente» SIC, pela voz do «senhor de serviço à leitura do teleponto», foi buscar o assunto como uma «cacha» principal.
Não! o primeiro-ministro não disse que despedia os ministros. À insistência sobre se mantinha ou não a ministra da Educação, respondeu que um novo governo tinha novos ministros.
Bom, das duas três: ou aqueles jornalistas são «estúpidos que nem uma porta», ou são muito «engraçadinhos» ou estão, deliberadamente a criar «casos»! Como acho que estúpidos não são, se são «engraçadinhos» podiam ir brincar com outra coisa, por exemplo, ir «dar banho ao cão». Ou será que têm instruções para «criar» casos? Eles sabem bem o que fica nos «ouvidos» das pessoas... Será este tipo de «honestidade informativa» que vamos ter de gramar durante toda a campanha eleitoral?

Já passaram 39 anos!?

Era, também, um domingo. O Jovem, de 19 anos, grandes patilhas, «mosca» sob o lábio inferior e bigode de pontas caídas, como se queria naquele tempo, foi ao casamento da prima. O banquete teve lugar nas instalações da associação de bombeiros voluntários, cujo segundo comandante era avô materno da noiva. Naquele dia realizava-se o grande desfile de encerramento do XIX Congresso da Liga dos Bombeiros Portugueses, pelo que, parte do pessoal do corpo de bombeiros se encontrava em Aveiro. De serviço estava uma equipa de piquete, cujo chefe, em tempos, tinha trabalhado com o pai do Jovem. Da equipa faziam parte outros jovens bombeiros, de entre eles um que foi velejador olímpico e grande mestre de pesca, infelizmente já desaparecido, e outro que ganhou nome como repórter de guerra da televisão americana CBS e correspondente da SIC na invasão do Iraque. De imediato, instalou-se uma grande empatia entre o Jovem e os três membros do corpo de bombeiros. Decisão generosa e espontânea: preencher um boletim de candidatura e juntar-se àquele grupo de bombeiros voluntários. Assim aconteceu. E lá se tem mantido, agora no quadro de honra. Foi neste mesmo dia, há 39 anos...

sábado, 12 de setembro de 2009

O DEBATE!

Estive a ver o debate entre José Sócrates e Manuela Ferreira Leite. Não que não saiba em quem vou votar, mas é sempre bom ver a prestação dos «candidatos» a primeiro-ministro. De qualquer forma, vamos ter de levar com um deles, quer gostemos ou não... Nada de novo, nada de surpreendente. O mais interessante destes debates acaba por ser a «análise» posterior feita pelos famosos jornalistas/politólogos. Vi um pouco na TVI 24 e na SIC Notícias. Para além daquele indivíduo que faz colunas no Correio da Manhã, que disse claramente que foi a «velha senhora» a melhor e do Bettencourt Resendes que disse que o melhor foi José Sócrates, todos os outros fizeram um esforço tremendo para não dizer que a senhora não esteve muito bem... Era vê-los a contorcerem-se. Enfim, todos da maior «independência», claro!
Na realidade, não me parece que estes debates sirvam para mudar a opinião dos eleitores. Se conseguirem, será só numa faixa muito pequena. Servem sim, para as televisões terem programas e as audiências que lhes vão dar mais ganhos com a publicidade e para os jornais encherem algumas páginas. Enfim, pelo menos sempre se mantêm os empregos de uma data de gente...

Ai ele é isso...

Visitei agora o blogue «bombeirosparasempre» e imaginem: o «administrador» colocou o meu post sobre o INEM, sem dizer a origem...
Não me parece que fique muito bem, pois não?
Claro que não me importo que usem os posts, mas, por favor, se não se importam, digam onde os foram buscar.
Como sou novo no sector, se calhar é mesmo assim e eu não me tinha apercebido...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A praia em Setembro...


A praia em Setembro é do melhor. Na primeira quinzena temos as temperaturas do ar muito suaves e um mar calmo e excepcional, este ano no que respeita à temperatura da água. Na segunda quinzena costumam manter-se as temperaturas suaves do ar e o mar começa a ficar «furioso», o que é óptimo para uns banhos «ondelados». Esta pode não ser a melhor praia da Linha, mas é, sem dúvida uma das melhores. Tem dois bons restaurantes (eu prefiro a Baiuka - na foto - onde se come peixe grelhado a sério...), um areal bem cuidado e, melhor de tudo, fica a 5 minutos a pé de minha casa (a descer, porque quando se trata do regresso...). A vista para a baía de Cascais é excepcional e para terra, podem ver-se, além dos «três parcas» (onde era o Hotel Estoril-Sol), o Hotel Miragem, a casa Alfredo da Silva (à esquerda na foto), a casa Serpa Pimentel (agora ligada ao restaurante Simas, ex-English Bar), a casa do telhado em bico que pertenceu a Maria Pia de Sabóia, mulher do rei D. Luís (primeira metade do século XIX) e, encoberta na foto, a casa Sommer de Andrade. Tudo isto no antigo Pinhal da Andreza, como se designava o Monte Estoril no século XIX.
Tem um senão: depois das 14 horas transforma-se numa espécie de «Betolândia», mas é só mais uma semana, depois vêm as aulas (é preciso que eles não faltem...). Rica altura para ter a última semana de férias...
Como se chama esta praia? Praia das Moitas, ou melhor, para nascidos e residentes toda a vida no Monte Estoril, como eu, simplesmente a Praia da Rata...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O INEM em almoço...

Pode dizer-se: Ai e tal, não faz mal porque se houver alguma chamada, rapidamente se põem a caminho... Pois é! Mas que não fica bem, não fica, principalmente para os utentes-pagantes (todos nós) que vêem a VMER do Hospital de Cascais em transgressão no paredão e o médico (a) e o enfermeiro a almoçar na esplanada... principalmente, uma VMER que está indisponível a maior parte do tempo por falta de técnicos de saúde. Estes senhores médicos (as) e enfermeiros deveriam ter mais brio profissional. Acontece muitas vezes! Esta foi hoje, cerca das 13 horas, no restaurante Escotilha, sob as famosas «três parcas» que vão substituir o finado Hotel Estoril-Sol... (clicar na imagem para aumentar)

Não! Isto é que é «independência» editorial...

Não resisto a desabafar esta! Antes das 10 horas, a senhora da SIC Notícias disse que a FNE (Federação Nacional da Educação), isto é, um dos sindicatos de professores, achava que as escolas não estavam preparadas devidamente para a gripe A, etc. e tal... Entrevistado o secretário de Estado, este explicou que não era assim, porque mais isto e aquilo, com todas as medidas que foram feitas e tal. A senhora - jornalista, presumo - de forma mal educada, interrompeu-o tipo, pronto, já se percebeu as medidas do governo... Vieram as notícias das 10 horas. Outra senhora - jornalista, presumo - apresentou a peça completa com os dizeres do senhor da FNE e quanto ao contraditório, isto é, às declarações do homem do ministério, nada disse. Nem a peça gravada, nem qualquer referência. Claro, não interessava! O que interessa é que os telespectadores fiquem com as críticas... Isto é que é jornalismo e em bom... Ah, pois é, estavam quase a passar a emissão para um sítio onde os lideres partidários vão hoje falar de impostos e finanças. E, convenhamos, quem já estava a «botar paleio» era a «velha senhora», pois claro...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Mais um «sabe-tudo»...

Ontem, no debate Sócrates-Louçã, o «Paulo Portas do BE» afirmou a «pés juntos» que uma auto-estrada tinha sido adjudicada à empresa presidida por Jorge Coelho. O primeiro-ministro, o ministro e o presidente das Estradas de Portugal, disseram que não é verdade. Mas o «sabe-tudo» do Louçã, arrogante como ninguém, continua a afirmar que sim, ele é que sabe, agora não vai porque ele falou no assunto, etc. Por mim podem adjudicar a auto-estrada a quem quiserem, mas parece-me que o Louçã está um bocadinho mais parvo... Ele é que sabe, ele é que viu, números é com ele... E continua a repetir e repetir o que disse. Pudera, o Louçã já percebeu há muito que quanto mais se repetir uma inverdade, mais hipótese tem de esta passar a verdade absoluta, com a ajuda da comunicação social, claro. Vamos a ver se a «velha senhora» não vai ter de agradecer as eleições às imbecilidades deste intelectual revolucionário pequeno-burguês...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Esta Manuela não tem emenda...

Com que então, a Madeira é um bom exemplo de um governo do PSD? Bom, pelo menos já ficamos a saber o que nos esperava se a «velha senhora» ganhasse a eleições... Aliás, a mulher é coerente. Ainda outro dia disse que o bom seria suspender a Democracia por seis meses... Compreendi-te! Mas não estava à espera que uma personalidade que «aparentava» tanto rigor, fosse, na verdade, um «salazarzito» de saias...

Estes israelitas não têm emenda...

Se não fosse matéria tão séria e tão descaradamente «protegida» pelos interesses do chamado mundo ocidental, esta dos israelitas insistirem em criar mais colonatos nas terras dos palestinianos, era de «alugar cadeiras». No fundo, querem fazer o que fazem desde o fim da 2.ª Grande Guerra, quando os ingleses «ofereceram» aos judeus fugidos da Europa do pós-guerra um lugar para viver em terras da Palestina, que eram de quem lá sempre viveu, isto é, dos palestinianos. Claro que os judeus alegavam - e alegam - o «direito histórico» de possuir aquelas paragens, pois, o povo judeu teria lá vivido há uns milhares de anos. Ou seja, usam a religião para obterem direitos, que são negados em qualquer outra parte do mundo. Imagine-se que os povos da Europa do norte (já para não falar dos árabes...) que invadiram e viveram centenas de anos no território que hoje é Portugal, decidiam reivindicar os mesmos direitos que os judeus reivindicam na Palestina? Havia de ser lindo. Ah, mas lá na Palestina é considerado normal pelos ocidentais. Acho que foi um bocado para se verem livres dos judeus, o que não deixa de ser um comportamento tanto ou quanto racista... E assim, lá continuam os israelitas a montar colonatos para colocar os que, por motivos religiosos, vão dos países ocidentais (na sua maioria) para Israel. Mesmo agora, quando se pensava que, finalmente, os americanos iam contribuir fortemente para a paz na região, «obrigando» os israelitas e os palestinianos a viverem em dois países como vizinhos: Israel e Palestina. Já perdi a esperança de ver esta questão resolvida... Só se for noutra «encarnação»...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Memórias da tropa (7): a caminho do Sul...

A notícia tinha-se espalhado por todo o lado. Houve uma revolução em Lisboa! As coisas iam mudar para todos! No Colonato, os «contratados» que tratavam dos cafezáis, não mais de meia dúzia por Colono, decidiram partir. Eram do Sul, bailundos. A administração colonial obrigava-os a vir a «contrato» para o Norte, onde muitos morriam sem voltar à terra e à família. Foi assim, anos e anos. Grande agitação entre os Colonos. Reuniões com o administrador de Posto (funcionário da administração colonial, abaixo de administrador de Concelho). Reunião com o Capitão. Queriam que a tropa fosse atrás deles, que os obrigasse a voltar ao trabalho. Nada feito. O Capitão não cedeu. Se eles queriam ir embora, eram livres de o fazer. Então, os Colonos decidiram ameaçar. Se a tropa não fosse atrás dos «contratados», cortariam a energia, pois, o gerador de electricidade que abastecia o Colonato era «civil». Imediatamente, a Companhia passou a fazer guarda ao gerador, dia e noite. Ai de quem se aproximasse dele... Instalara-se a tensão entre Colonos e militares...

Poucos dias depois, calhou ao Alferes ir à cidade. Nos mais de cem quilómetros que iam do Colonato à capital de Distrito, a coluna de veículos militares passou por milhares de «contratados» das grandes fazendas próximas que, de um lado e outro da «estrada», andrajosamente vestidos, com uma trouxa na mão, rumavam ao Sul, a pé, mas com toda a convicção do mundo. As coisas já estavam a mudar...

sábado, 5 de setembro de 2009

A Madeira é um jardim...

Não! Eu disse a Madeira é «um jardim» e não, é «do Jardim»!!!
Quinze anos volvidos desde a outra vez em que estive na Madeira, as diferenças são substanciais. Na verdade, também durante estes quinze anos, o Continente e os Açores deram um pulo muito grande. Na Madeira, a diferença mais notória prende-se com a rede viária e os famosos túneis. São dezenas de «furados» que encurtaram as distâncias de uma forma absoluta. Têm um senão: a forma como se conduz. A sensação é de «arrepio». As vias rápidas só têm duas faixas sem escapatória. Qualquer avaria implica que o carro fique na via. Dizem que o número de acidentes diminuiu mas, em contrapartida, aumentou a sua gravidade. Não é de admirar, pela velocidade a que os carros circulam.
Claro que os madeirenses estão muito orgulhosos pela evolução da sua terra, e com razão. Acham, porém, que os continentais dizem mal da Madeira. Procurei explicar que, em geral, só não gostamos é que o Alberto João diga as parvoíces que diz. Resposta pronta do meu interlocutor «cão que ladra não morde...».
Embora, por razões profissionais, tenha estado, apenas, na área que vai da Ponta do Sol ao Machico, passando obviamente pelo Funchal, gostei do que vi e fiquei com muita vontade de lá voltar com mais tempo. Vale bem a pena...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

«Tadinha» da Manuela (a outra...)

Coitados dos jornais, televisões e afins, que estão tão procupados com a Manuela Moura Guedes... Vejam lá como a senhora arranjou publicidade à borla junto dos coleguinhas. Não há um jornal que não tenha a carita da senhora MMG. Muito oportuna esta polémica. Não acredito que o PS seja tão estúpido ao ponto de ter interferido na decisão dos patrões da MMG. Logo agora à porta das eleições? Só se fossem muito parvos e suicidas, pois a opinião pública, a reboque dos jornais, iria sempre virar-se contra eles. Agora, uma «manobra de diversão» criada sabe-se lá por quem, com intenção de suscitar este «ruído», já não ponho de parte. Afinal, quem vai beneficiar desta situação?
Por outro lado, acho piada aos jornalistas que estão convencidos que os grupos empresariais a que pertencem não mandam nada... Liberdade editorial? Sim, desde que e enquanto o patrão quiser... A saída do Moniz «condenava» à partida, a permanência da MMG. Se não, o próprio Moniz não teria dito logo que seria impensável acabarem com o programa da esposa...
Com excepção do BE, cujas declarações iniciais pareceram moderadas, o PSD, o PP e o PCP parece que já tinham a coisa «engatilhada». A política do «vale tudo», infelizmente vai, cada vez mais, condicionar a apreciação das pessoas. Não é com desonestidade política e oportunismo que se consolida a Democracia...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Memórias da tropa (6): os contratados

A Companhia estava em «instrução operacional» perto da Capital. Tinham chegado há poucos dias. Todos os cerca de 150 homens, «guiados» por um angolano de muita idade, iam «experimentar» o bem que faziam «os passeios de campo» no meio do capim. Claro está, perderam-se. Após uma noite de «luta contra os mosquitos» junto a um rio, tendo sido ouvido um tractor a trabalhar na outra margem, o Alferes e seis soldados atravessaram o curso de água a nado, vestidos, apenas, com a camisola interior, as calças e as botas, não sem antes terem sido «despejados» vários carregadores das G3 para, ingenuamente afastar os crocodilos (se lá estivessem...). Contacto feito com o homem do tractor, toda a Companhia passou o rio a nado, mesmo os que não sabiam nadar. Após uma ração de combate, a Companhia seguiu viagem, agora com um novo guia, fazendo muita força para que este conhecesse melhor as paragens. O Alferes fez todos os muitos quilómetros do caminho de «pernas abertas» devido às assaduras, com as calças novas descosidas e com a ajuda dos seus soldados, que o ajudaram a levar o equipamento individual. Ao anoitecer, chegaram a uma fazenda de bananas, quilómetros e quilómetros de bananeiras, todas alinhadas. Nas casas da fazenda foram recebidos pelo filho do dono e pela namorada, únicas pessoas que estavam na «casa grande». Por gentileza, os quatro oficiais (o quinto tinha desertado antes da saída de Lisboa...) jantaram com os jovens na sala principal. «Estilhaços de frango com atacadores», um manjar formidável, dadas as circunstâncias. Durante a refeição, entre outras, a conversa encaminhou-se para a fazenda, as bananas, o trabalho que lá se fazia e quem o fazia. Dizia o jovem que tinha várias centenas de contratados vindos do sul, os chamados bailundos. Quanto ganham? Perguntou um dos alferes. Vinte escudos por mês... respondeu o jovem. ?...interrogação geral. Sim, mas acaba por ser muito dinheiro, pois eles são muitos... De qualquer forma, é sempre dinheiro em caixa, pois, no dia do pagamento, assim que recebem, abrimos logo a cantina e eles deixam lá o dinheiro todo e ainda ficam a dever o dobro...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Provérbio árabe...

Não digas tudo o que sabes,
Não faças tudo o que podes,
Não acredites em tudo o que ouves,
Não gastes tudo o que tens,

Porque...

Quem diz tudo o que sabe,
Quem faz tudo o que pode,
Quem acredita em tudo o que ouve,
Quem gasta tudo o que tem,

Muitas vezes...

Diz o não convém,
Faz o que não deve,
Julga o que não vê,
Gasta o que não pode.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Já chegámos à Madeira, ou quê!?

Sim, estou na Madeira em serviço. Viajei ontem num avião da White, companhia que nem sabia existir. Pensava, aliás, que só os hipermercados e os electrodomésticos é que tinham linha branca, mas, afinal, pelos vistos, a aviação comercial também tem. Levantámos os «pézinhos» do chão cerca de uma hora depois da hora marcada. Disse o comandante dever-se a uma avaria no camião do catering. Bom, por causa de uma «sandocha» de fiambre, um gelado e meio copo de vinho, não valia a pena termos ficado à espera... Teria sido preferível chegar a horas de jantar no Funchal. Mas não! Como diria a tal velhota uma vez entrevistada na televisão: «não sei se é do aeroporto, se é da groundforce, se é da white ou do c......! O que é verdade é que chegámos 40 minutos atrasados... Ainda bem que já há companhias de aviação, das boas, a não dar de comer aos passageiros. Claro que nas portuguesas isso nunca vai poder ser... Já viram o que seria se as pessoas começassem a trazer lanchinhos para o avião? Ele era nódoas de chouriço, de coiratos, de vinho tinto... E o cheiro a arroz de coelho? Nááá... Havemos de ter sempre as nossas «sandochas» fraquitas, é verdade, mas limpinhas...