segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Memórias da tropa (8): a sopa sabia mal
O Alferes estava de oficial-de-dia. Uma das suas obrigações era provar e aprovar a comida que ia ser servida no refeitório dos praças ou, como lhe chamavam, na «pensão aperta o cinto». A prova não foi feita com o devido cuidado. Esqueceu-se da sopa... Logo no início da refeição, os soldados começaram a murmurar sobre o sabor da sopa. O murmúrio, rapidamente deu em «revolta». Chamado o Alferes, após ter provado a sopa que fora servida, ordenou que fosse recolhida e foi à cozinha procurar os porquês. Naquele tempo, os cozinhados ainda eram feitos a lenha, sobre a qual se colocava uma estrutura metálica e os grandes panelões para servir mais de cem soldados e cabos. Interrogado o cozinheiro de dia, começou por negar que tivesse havido algo fora do normal. Não podia ser, pois a sopa, de feijão e hortaliça, tinha um sabor esquisito. Depois de grande insistência, o soldado-cozinheiro lá se «descoseu»: Sabe, meu alferes, como o lume estava baixo, fui ateá-lo com gasóleo. Mas quando lhe cheguei com o «jerrican» quase cheio, com o impulso, parte do gasóleo foi para dentro da panela... e eu pensei que seria um desperdício deitar tanta sopinha fora...
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