Confesso que, em 1989, fiquei perplexo com o acontecimento. Não que já não houvesse indícios de que as coisas iam mudar. Gorbachev dirigia a URSS e deu um bom empurrão para que o insustentável fosse ultrapassado. Aparentemente o polaco Lech Walesa ficou hoje muito arreliado pela atribuição do «papel principal» a Gorbachev e foi dizendo que, o verdadeiro «obreiro» da queda do muro teria sido o cardeal polaco que foi chefe da igreja católica... Se calhar tem razão, pois nunca o homem tinha ido a papa se não se desse o caso de ser polaco. Aliás, esta «eleição» e muito do que está por detrás dos acontecimentos da segunda metade do século XX, ainda está por revelar. As coisas nunca foram tão lineares com «bons» de um lado e «maus» do outro, como nos querem fazer crer. É verdade que os «maus» perderam em toda a linha, mas muito se deve ao «investimento» colossal que os «bons» fizeram no ataque sistemático por todos os meios, cujo resultado foi o «fecho» daquelas sociedades na sua própria concha. São aspectos históricos que, um dia, serão certamente desvendados. Mas reconheço, obviamente a importância que aquele dia teve e tem na actual Europa, que considero, apesar de tudo, muito melhor do que há 20 anos atrás...
Toda a gente falou noutros muros a derrubar. Não vai ser fácil, pois todos eles resultam de uma realidade, infelizmente sem solução à vista: a separação entre quem tem tudo e quem não tem nada...
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário