Passam hoje 42 anos sobre o dia em que Ernesto Guevara de la Sierna (Che) foi executado por um militar boliviano, por ordem de um agente da americana CIA. Fora capturado no dia anterior e estava gravemente ferido. Tinha 39 anos. Che Guevara, médico-guerrilheiro, argentino de nascimento e internacionalista de coração será, possivelmente a figura incontornável do Século XX que mais desperta simpatias e ódios. Em 2000, estive de férias em Cuba e decidi visitar o mausoléu que tinha sido recentemente inaugurado em homenagem aos guerrilheiros da Sierra Maestra. Aluguei um Suzuki Vitara e, acompanhado pela minha mulher, percorremos sózinhos os mais de 200 quilómetros que vão de Varadero a Santa Clara usando um pequeno mapa turístico. Logo à saída enganei-me no caminho e andei por estradas secundárias no meio de fazendas de cana do açucar até encontrar a principal, por onde já tinha passado. Tinha dado uma volta e, sem querer, voltei quase ao ponto de partida. Valeu-me uma patrulha da polícia que estava a descansar sob uma árvore (não nos podemos esquecer que eles são, também, latino-americanos...). Pararam o trânsito para eu fazer inversão de marcha e deram-me indicações mais precisas. Quando, finalmente, ao fim de algumas horas, entrei em Santa Clara, segui em frente por não saber onde era o monumento. Fui direito a ele. Grande, mas sóbrio, com uma fonte luminosa que, na altura, estava parada (o tubero foi almoçar, disse-me o polícia...), tinha (tem) um núcleo museológico com os pertences do Che, um local de venda de livros e postais (mas nada de recuerdos como os que se vendem em todo o mundo...) e a sala iluminada por uma chama permanente, onde repousam os restos mortais de Che, Camilo Cienfuegos e outros companheiros da guerrilha. Obviamente, sendo um mausoléu, não era permitido tirar fotografias no seu interior. Confesso que me impressionou. Não era, apenas, a história de Cuba, mas uma parte da história da Humanidade na segunda metade do Século XX.
Hoje, estamos numa época em que os «ideais» de Che Guevara se vão «diluindo». Mas, o Mundo dá muitas voltas e está bem longe de ser uma Suécia ou uma Noruega (pelo menos como julgamos que a Suécia e a Noruega são...). Ao longo de toda a História, têm sido as questões sociais as que mais contribuem para o aparecimento de ideais mais radicalizados. E o capitalismo, nomeadamente o neo-liberal, pela sua própria natureza, dificilmente vai conseguir suster o descontentamento dos «descamisados». Mas, o Mundo ainda está aí para dar muitas voltas...
VIVA EL CHE...
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
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