terça-feira, 29 de setembro de 2009

E agora as autárquicas...

Quando se vota para a Assembleia da República, para as assembleias regionais ou para as assembleias de freguesia, vota-se numa única lista. Em qualquer dos casos, o partido mais votado é encarregue de formar o executivo. Nas freguesias, o presidente do executivo (Junta de Freguesia) é mesmo, obrigatoriamente o cabeça da lista mais votada. Sendo assim, qual será a razão pela qual, para os municípios temos de votar em duas listas: uma para a Câmara Municipal e outra para a Assembleia Municipal?
Vem isto a propósito da existência de vereadores de câmaras municipais que não têm qualquer pelouro. Então se não têm, por que «carga de água» estão no executivo? Executam, exactamente o quê? Nada, está visto! Vão às reuniões, ganham a senha de presença, barafustam ou não, mas a maioria é maioria e... «está bem abelha»!
Admito que, logo após o 25 de Abril, tivesse sido uma medida bem feita. Antes, os presidentes de câmara municipal eram nomeados pelo governo e era preciso dar voz a quem, nos diversos partidos, tinha vontade de fazer coisas. Mas, na verdade, as diferenças entre partidos foram aumentando (não que se note, por vezes...). Ou, pelo menos, todos acham ter a solução milagrosa diferente das demais. Não parece que ainda haja necessidade de constituir o executivo através do método proporcional. Ou melhor, que se constitua através deste método, mas em função do «jogo de forças» das assembleias municipais, tal como acontece com as outras eleições. Daria muito mais força aos deputados municipais, poupava-se um boletim por cidadão e evitava-se a existência de vereadores que não contam para nada...
Na verdade, isto não é novidade. Os partidos estão fartos de discutir o assunto, mas sem consequências. Quem tem a perder são, naturalmente os partidos mais pequenos, que ficarão com muito menos vereadores. Mas a Democracia é assim. As pessoas mais do que representação artificial, querem é que as câmaras municipais funcionem com um único objectivo: o bem da população (ingénuo? quem? eu...?)

1 comentário:

  1. Nunca tinha pensado no assunto sob esse aspecto... está bem visto sim senhor.

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