segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Protagonismo à custa da desgraça alheia...

Sempre que acontece qualquer coisa de extraordinário, lá aparecem uns tipos em «bicos-de-pés»... Logo a seguir ao temporal que assolou o oeste do distrito de Lisboa, nada mais importante do que uma visita do parolo Aguiar Branco. Agora foi o «grilo falante» que, lá do alto da sua sabedoria como novato deputado europeu, veio «ensinar» o Governo sobre o pedido de fundos comunitários. É pá, ainda bem! Pois, se calhar os do Governo não sabiam!
Mas, não são só os políticos da oposição que gostam de «dar nas vistas»... Ele há, também, «presidentes» de associações que não representam ninguém, a não ser eles próprios e os amigos mais chegados, que aproveitam estas ocasiões para terem tempo de antena. O pior é que, quando a televisão os convida para falar, no meio de coisas acertadas e mais do que evidentes, dizem disparates de tal ordem e de uma forma tão arrogante, que perdem a credibilidade toda! Depois, há ainda os governadores civis, que à falta de outras competências aproveitam todos estes momentos, mesmo que estejam a ferir os princípios mais básicos da actividade de Protecção Civil, tal como estão consignados na lei! Na verdade, a legislação da Protecção Civil parece, por vezes, que foi feita só para não se cumprir. A televisão mostrou uma reunião da Comissão Municipal de Protecção Civil de Torres Vedras que, de acordo com a lei, é presidida pelo próprio presidente da Câmara Municipal. Neste caso, quem apareceu foi o vereador vice-presidente. Até aqui, tudo bem! Que o governador civil do distrito de Lisboa e o comandante operacional distrital da Autoridade Nacional de Protecção Civil tenham sido convidados, sim senhor! Mas que seja o governador civil a fazer de «porta-voz» dando a entrevista, é que já «cheira» a desrespeito pelas autoridades locais e pela lei em vigor...
Quanto às supostas indemnizações que a EDP «terá» de dar, começo por dizer que a minha relação com a distribuidora de electricidade é, apenas, de cliente para fornecedor. Isto é, não tenho qualquer procuração para a defender. Mas, parece-me abusivo querer passar as culpas da falta de energia para a EDP, quando o que se passou tem a ver com um acidente grave de origem natural. Claro, que as pessoas são muito «empurradas» pela comunicação social, que procura a «notícia». Ora, a legislação prevê os mecanismos de actuação neste particular e o Estado, se quiser, pode accionar esses meios.
Ou será que a legislação da Protecção Civil não é mesmo para cumprir?

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