Foi hoje publicado no Diário da República um despacho com a reorganização da Força Especial de Bombeiros, à qual o ex-ministro António Costa se lembrou de chamar «canarinhos». Para quem se recorda, este grupo começou a ser criado no início de 2005, ainda no governo anterior. Com este governo deu um grande salto mas, simultaneamente foi confrontado com a criação do grupo de intervenção de protecção e socorro da GNR (GIPS). Em Portugal é assim: ou tudo ou nada...
Estamos perante a existência de duas forças com o mesmo objectivo: actuarem em situações especiais de protecção civil (sim, porque isso de «protecção e socorro», ainda ninguém explicou bem o que é...). Não partilho da opinião de muita gente ligada ao sector, de que queiram substituir o papel indiscutível dos corpos de bombeiros - profissionais ou voluntários - pois estes possuem uma distribuição espacial que nunca uma força qualquer deste tipo um dia virá a ter. Como complemento para as grandes ocorrências, o seu papel é fundamental e paralelo ao que existe em outros países europeus. Mas duas forças? Poderá e deverá o país suportar duas forças? Claro que a GNR entrou nisto porque a obrigaram. Se um dia a mandarem parar, pára.
Este despacho vai aumentar a estrutura da FEB e, necessariamente o número dos seus elementos, contratados de entre bombeiros voluntários que abdicam das suas profissões para nela ingressarem por um determinado período.
No caso dos GIPS, quando cada um dos seus elementos atingir uma idade em que já não deve andar a saltar do helicóptero, passará a outro tipo de serviço mais policial. E no caso dos «canarinhos»? Poderá a ANPC distribuí-los pelos corpos de bombeiros sem custos para as entidades que os suportam (associações humanitárias e câmaras municipais)? Serão todos absorvidos noutras funções pelo futuro Centro de Recursos de Protecção Civil e Bombeiros, que vai suceder à Escola Nacional de Bombeiros? Ou serão, simplesmente «dispensados»?
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
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